A safra de manga no Espírito Santo neste ano deve superar o volume de anos anteriores. Cerca de 9 mil toneladas devem ser produzidas até o final de fevereiro nos 18 municípios capixabas que fazem parte do Polo de Manga, coordenado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
De acordo com o coordenador do Polo de Manga, César Santos Carvalho, o crescimento na produção deve-se a diversos fatores, entre eles, o aumento da área plantada e condições climáticas adequadas ao cultivo. “A bianualidade da manga, ou seja, produção maior em determinado ano ocorreu nesta safra. Além disso, fez frio na época correta para a manga, choveu antes da florada e depois estiou. Além disso, os pomares que foram plantados mais recentemente começaram a entrar em fase de produção”, explicou César.
Ele disse que, atualmente, o produtor rural tem adotado diversos cuidados com a lavoura de manga. “Hoje são feitos os devidos tratos culturais, como poda e adubação. O agricultor percebeu que é vantajoso produzir manga. A procura aumentou bastante e por isso eles continuam plantando”, relatou César.
Ampliação de mercados
Até o momento, 3 mil toneladas foram colhidas, sendo que parte foi vendida para a Trop Frutas e indústrias de polpa de Colatina, Santa Maria de Jetibá e Boa Esperança. Outro montante foi comercializado para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), por meio do projeto Estruturação e Fortalecimento dos Setores Produtivos da Agricultura Familiar do Norte do Espírito Santo (Tecsocial) em parceria com o Programa Mesa Brasil, e para a Ceasa.
Uma novidade desta safra foi a introdução da manga capixaba no mercado mineiro de polpa de fruta. Cerca de mil toneladas foram destinadas à empresa Tial, localizada na Zona da Mata mineira.
“Nossos desafios para 2015 são avaliar a área de manga plantada, consolidar o mercado da manga em Minas Gerais e ampliar a compra da produção pelas indústrias locais. Precisamos que a manga seja produzida por mais meses durante o ano. Atualmente, sua produção fica toda concentração de 30 a 40 dias, sobretudo a partir do final de dezembro”, destacou César.
Polo da Manga
Para atender às necessidades do mercado e oferecer mais opções aos produtores rurais, o Governo do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), e Incaper, e as Prefeituras Municipais, lançaram, em 2003, o Polo de Manga.
Foram realizadas ações voltadas para o incremento da produção, com utilização de tecnologias definidas no padrão tecnológico da cultura, para alcançar a qualidade dos produtos e atender às exigências do mercado de frutos de mesa e da agroindústria, como fomento de mudas, pesquisa e assistência técnica e treinamento e capacitação de agricultores.