A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) e com o apoio da Delegacia de Polícia (DP) de Domingos Martins, cumpriu, no dia 19 de dezembro de 2024, cinco mandados de busca e apreensão nos municípios de Domingos Martins e Vitória. A operação teve como objetivo desarticular um esquema de fraudes contra uma fintech capixaba que atua como carteira digital em todo o território nacional.
O delegado titular da DRCC, Brenno Andrade, explicou durante coletiva de imprensa realizada em 26 de dezembro de 2024 que as investigações tiveram início após a empresa identificar, no final de 2023, um prejuízo de aproximadamente R$ 300 mil. “Os suspeitos utilizavam cartões de crédito clonados ou falsificados, cadastrados de forma indevida, para realizar transferências para outras contas bancárias. Além disso, verificamos que esses dados estavam sendo comercializados em fóruns clandestinos na internet”, destacou o delegado.
De acordo com o delegado, o principal alvo da operação foi localizado em Domingos Martins e confessou a autoria do crime. Ele também forneceu informações sobre outras pessoas envolvidas no esquema. “O suspeito principal cadastrava os cartões de crédito clonados e transferia os valores para contas de terceiros. Esses terceiros, por sua vez, alegaram que emprestaram suas contas bancárias ao investigado, sem questionar a origem do dinheiro. Essa prática pode acarretar consequências legais, mesmo para aqueles que alegam não saber da ilicitude dos valores recebidos”, alertou Brenno Andrade.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos, que serão submetidos à análise técnica. O objetivo é identificar dados de cartões de crédito armazenados, comprovantes de transferências bancárias e outros elementos que corroborem as investigações.
O delegado reforçou a importância de a população não emprestar contas bancárias a terceiros, mesmo conhecidos, sem averiguar a origem dos valores movimentados. “Emprestar contas bancárias pode tornar a pessoa responsável por crimes financeiros. O envolvimento, ainda que indireto, pode levar a indiciamentos e à responsabilização judicial”, ressaltou.
A operação é apenas a primeira de uma série de ações planejadas no âmbito dessa investigação, que ainda conta com quatro inquéritos policiais em andamento. “O foco agora é identificar outros envolvidos na organização criminosa e os mandantes. Acreditamos que o esquema pode ter ramificações em outros estados brasileiros, e por isso seguimos atuando em parceria com as autoridades de outros locais”, concluiu o delegado.
O principal suspeito poderá responder por crimes de estelionato, associação criminosa e falsificação de documentos, entre outros.