Valdinei Guimarães/radiofmz.
Uma triste realidade tem sido percebida em Venda Nova do Imigrante. Os ônibus utilizados para transporte gratuito de estudantes estão sendo depredados pelos próprios usuários, segundo os responsáveis por cuidar dos veículos. Os estofamentos foram rasgados e os cintos de segurança estão destruídos. Os ônibus são reparados com frequência, mas sempre voltam à oficina com os mesmos problemas.
Os ônibus são usados por alunos de escolas municipais e estaduais, além do Ifes. Nas poltronas, o estrago é percebido facilmente. As coberturas dos estofamentos foram perfuradas e a espuma interna, retirada. “Mandamos os ônibus para a capotaria no início deste ano. Tudo foi consertado, mas já danificaram novamente”, conta Newton Duarte, gerente de transportes e oficina de Venda Nova.
Alguns assentos tiveram que ser modificados para permitir ao motorista monitorar e impedir que os alunos destruam as peças. “No ônibus que dirijo, os bancos altos que ficam próximos à parte traseira tiveram que ser rebaixados porque os alunos aproveitavam que as poltronas atrapalham a visão do motorista pelo retrovisor e acabavam rasgando os estofamentos”, conta o condutor Geraldo Colodette.
Os cintos de segurança, que deveriam ser usados para proteger os estudantes, também estão danificados. “Alguns alunos batem os cintos contra partes metálicas e acabam quebrando a peça que prende uma ponta à outra. Com isso, o cinto não tem mais utilidade”, explica Gervásio Ambrosim, secretário municipal de educação e cultura.
O mau-uso dos ônibus não sai barato. De acordo com a Secretaria de Interior e Transportes, na última manutenção, foram gastos R$ 6 mil apenas para substituir os cintos de segurança de 13 ônibus quebrados. Fazendo as contas, se esse comportamento se mantiver, serão necessários R$ 12 mil todos os anos, uma vez que os veículos passam por revisões semestrais. Segundo a Secretaria, cerca de 200 cintos são substituídos a cada manutenção.
A frota de veículos da prefeitura para transporte escolar é composta por 27 ônibus e quatro micro-ônibus. No ano passado, 2.400 alunos usaram o serviço diariamente. A depredação não é novidade, segundo Gervásio Ambrosim, mas tem se agravado. “Os danos aos cintos de segurança estão aumentando. Na semana passada, eu conversei com os alunos para chamar a atenção deles sobre o que está acontecendo”, conta Ambrosim.
Para o secretário, a solução para evitar gastos desnecessários com manutenção seria a conscientização. “Os estudantes precisam saber que esses materiais são para eles mesmos. Ainda que não usem, é uma questão de saber respeitar o que é público”, comenta.