No Estado, o artista deixa trabalhos em São José do Calçado, Alegre, Venda Nova do Imigrante, Vargem Alta e Cachoeiro de Itapemirim. Seu pseudônimo artístico, “Diwali”, significa “festival de luzes”.
Morreu na manhã deste domingo (20), em Jaciguá distrito de Vargem Alta, o indiano Constâncio Xavier Gregório, conhecido como Diwali, que se destacou na decoração de igrejas da região Sul do Estado. Seus trabalhos são conhecidos no Paquistão, Egito, Itália e Portugal. Atualmente, Diwali morava no distrito de Jaciguá, em Vargem Alta.
A família ainda não informou a causa da morte. O sepultamento do pintor está marcado para as 17h deste domingo (20) no cemitério local.
Com um vasto histórico de muitas viagens e experiências na arte de pintar, ele aprendeu as técnicas com um amigo italiano, que conheceu em uma de suas viagens. Em suas produções, Diwali decorava igrejas com vitrais e pinturas em paredes e colunas. Devido ao seu profundo conhecimento bíblico, Diwali, sempre trabalhou com pinturas de artes sacras, retratando fielmente, em suas obras, os personagens, trajes, características da religião Católica. No Estado, o artista tem trabalhos em São José do Calçado, Vargem Alta, Alegre, Venda Nova do Imigrante e Cachoeiro de Itapemirim.
Igrejas de várias cidades do Sul do Estado receberam suas obras.
“Minhas obras foram feitas com alta precisão e graças a Deus vão ficar para a história da Igreja”, disse, certa vez, em Jaciguá, o pintor Diwali.
Quem foi Diwali?
Constâncio Xavier Gregorio Lopez Fernandes nasceu na cidade de Gôa (Sul da Índia), em 25 de maio de 1931, filho de Clementino Lopes Fernandes e Aspulqueta Dias Lopes. Seu nome de batismo é de origem portuguesa, pois, sua cidade natal era, na época, colônia de Portugal. Mais tarde, ele adotou o pseudônimo artístico “Diwali”, que significa “festival de luzes”, ficando, assim, conhecido por todos.
Em 1943, com apenas 12 anos, conheceu o grande pintor e professor de artes, o italiano Ettor Casali, que estava na Índia a serviço do governo português, com quem começou a trabalhar como ajudante e aprendiz. Com o passar dos anos, desenvolveu sua habilidade em Artes Sacras, e passou a assinar as obras junto com seu mestre.
Em 1950, aos 20 anos de idade, saiu da Índia, juntamente com Ettori Casali, percorrendo, a trabalho, vários países, como: Paquistão, Afeganistão e Egito, chegando a Veneza, na Itália. Em 1952 foi para Portugal, na cidade de Lisboa, onde permaneceu por três anos.
Em 1955, o Padre Angenor Pontes, mineiro, inspetor da Congregação Salesiana no Brasil, em viajem a Portugal, conheceu Diwali e o professor de artes Ettori Casali, os quais iriam para a Alemanha, mas receberam o convite do padre para vir para o Brasil. Usando a seguinte expressão: “lugar de artista como vocês é no Brasil”.
Vieram de navio, desembarcando no Rio de Janeiro, hospedando-se no Colégio Santa Rosa em Niterói. No dia seguinte começaram a trabalhar na restauração de arquiteturas, esculturas e estátuas de pessoas.
Além de pintar, Diwali fazia fotografias e filmagem em ocasiões festivas, no Colégio Salesiano Santa Rosa, em Niterói. Seu primeiro trabalho sozinho foi a restauração da imagem de Nossa Senhora Auxiliadora toda foliada a ouro, que foi um grande desafio profissional.
Conheceu o Padre Cleto Caliman, na época diretor do Colégio Salesiano de Rocha Miranda, que lhe fez o convite de com ele conhecer Venda Nova do Imigrante (que dizia ser um verdadeiro paraíso). Nas vindas ao Estado com Padre Cleto Caliman – que carinhosamente lhe chamava pelo apelido de Toyota, por se parecer com japonês – teve a oportunidade de filmar e fotografar eventos e pessoas, como a família do religioso, movimentação da cooperativa, Colégio Salesiano, abertura da BR 262. Mais tarde, restaurou o altar da Igreja de Nossa Senhora da Penha, em Pindobas, pintou o crucifixo da Igreja de São Bento em Bela Aurora e os Vitrais da Igreja de São Valentim em Vargem Grande.
Da convivência com padres e irmãs Salesianos veio o convite para vir para o Espírito Santo decorar o Santuário de Nossa Senhora da Penha, em Boa Esperança. O convite foi feito pelo então diretor, padre Godofredo, e aceito pelo artista.
Devido seu profundo conhecimento bíblico, Diwali, sempre trabalhou com pinturas de arte sacras, retratando fielmente, em suas obras, os personagens, trajes, características da religião Católica Apostólica Romana.
Diwali fez também retratos de personalidades, pinturas a óleo em tela, no estilo clássico, sendo especialista na execução de vitrais, azulejos, mosaicos, douração aplicada nos altares de entalhe em madeira e em imagens, técnicas que aprendeu em sua terra natal. Realizou varias obras artísticas em igrejas dos municípios do Estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Em Jaciguá conheceu sua esposa, Maria Augusta Calvi, filha de descendentes italianos, Davi Calvi e Celina Agrizzi. Tiveram três filhos, adotando para eles seu pseudônimo artístico como sobrenome, são eles: Raj Alex Diwali, Sarodine Diwali e Indira Diwali. Ele morava em Jaciguá até o dia de hoje.