Mãe de 11 filhos e avó de 54 netos e bisnetos, dona Maria Silva Brandy, 72 anos, a popular Maria Pipoqueira, é sinônimo de perseverança e luta. A alfredense começou a trabalhar aos sete anos como babá, casou-se bem nova e sustentou toda a sua família trabalhando dia e noite, após a morte do marido. Foi a primeira pipoqueira do município e continua no posto até os dias de hoje.
Sempre determinada, Dona Maria contou sua vida para a equipe da Secretaria Municipal de Comunicação Social. De acordo com ela, com apenas 16 anos se casou e aos 17 teve o seu primeiro filho. A vida naquela época, segundo ela, era muito difícil e as coisas pioraram após o assassinato do seu marido.
“Fiquei sozinha com 08 filhos para criar. Tive que trabalhar sem parar para sustentá-los, naquela época não tinha ajuda do governo e nem creche, era apenas eu, Deus e meus filhos”, disse. Maria descreveu que a casa onde morava era de pau-a-pique e coberta com palha, não tinha água encanada e lavar roupas somente na beira do rio. “Hoje temos conforto, antigamente só ajuda de Deus”, rememora.
Para aumentar a renda familiar, Maria, além de trabalhar em lavouras da região durante o dia, começou a produzir cocada e salgados durante a noite e vender em festas e em porta em porta na cidade. “A pipoca veio depois. Comecei com doces e salgados e depois adquiri o carrinho de pipocas que tenho até hoje e me ajudou muito”. E, conforme ela, esse carrinho já tem 42 anos e continua ativo, fabricando pipocas e vendendo nas festas da cidade.
“Falo com meus filhos que eu sou a mãe deles, mas quem ajudou a criá-los foi o carrinho de pipocas”, brinca. De acordo com a famosa pipoqueira, ela vendia a pipoca e outros produtos nas festas da cidade e do interior durante os finais de semana. “Dormia nas festas mesmo, levava meus filhos e os colocava perto de mim em uma esteira”, relembra.
Maria relatou mais sobre a sua história: “depois de cinco anos viúva, me casei novamente e tive mais três filhos. Fiquei algum tempo com meu segundo marido, mas não deu certo e continuei só com meus filhos, criando minha família”, contou.
Hoje Dona Maria Pipoqueira é aposentada, mas continua vendendo sua pipoca no mesmo carrinho de sempre nas festas do município, além de vender cocada nos comércios da cidade. “Criei meus filhos e construí minha casa graças a venda de pipocas. Nunca tive luxo, o dinheiro que fazia era para pagar as despesas do mês. Minha vida sempre foi trabalhar”, conta emocionada.