Ana Paula Mill.
O time de Marechal Floriano foi o grande vencedor do Torneio da Paz de Futebol Sub 12, disputado no Campo do América, na manhã deste domingo (24). Quatro equipes participaram da competição. Todos os jogadores receberam medalhas de participação, e as equipes foram premiadas com um troféu.
Marechal Floriano recebeu as equipes União e Brisamar, de Vila Velha, e Democrata, de Cariacica. Mas o time anfitrião – treinado pelos professores e ex-jogadores Ivo Schwambach e Marco Aurélio Maria – não deu moleza aos convidados. Nas duas primeiras rodadas, a equipe de Marechal garantiu logo a primeira colocação com duas vitórias. Na terceira rodada, o time da casa entrou em campo apenas para cumprir tabela, finalizando o torneio com 07 pontos. O vice-campeão foi o time Brisamar, com 05 pontos. Em terceiro lugar ficou a equipe União, com três pontos, pelo saldo de gols, levando vantagem sobre o Democrata, que ficou com a quarta colocação, também com 03 pontos.
Para o diretor de esportes de Marechal Floriano, Jarbas Rocha, a competição atingiu o seu principal objetivo. “O torneio atendeu às nossas expectativas. O nosso primeiro objetivo era o de socialização das crianças dessa idade. A intenção era de que todos os meninos participassem dos jogos. A parte de competição foi observada pelos professores, durante os jogos, mas o objetivo central era a participação social de todos os atletas”, frisou Jarbas Robha.
O torneio foi disputado em três rodadas. Cada jogo teve dois tempos de 10 minutos. Três partidas terminaram empatadas e foram para os pênaltis.
Exemplo de superação
Garra, força de vontade e um lindo sorriso no rosto não faltam para o menino Robert Jansen Espíndola Borges, 10 anos, jogador do time de Marechal Floriano. E quem vê esse garoto em campo, correndo de um lado para outro, jamais poderia imaginar que, aos dois anos, ele quase teve a perna esquerda amputada por causa de uma bactéria.
“Eu fiquei desesperada quando os médicos não deram mais esperanças e falaram que era para a família rezar. Ele corria risco de morrer ou de ter a perna amputada. Graças a Deus, o meu filho se curou e está aqui, mesmo com as sequelas na perna. Ao vê-lo jogando, eu sempre choro de emoção. A vida dele é a bola. Mas eu nunca me esqueço da escola. Se não estudar, ele não treina”, contou a mãe de Robert, a dona de casa Claudete da Penha Espíndola Borges.
Robert faz o 5º ano do Ensino Fundamental na Escola Elisiário Ferreira Filho. A matéria que ele mais gosta é matemática. Segundo a mãe, ele já pediu à família para ir morar com o avô, em Vitória, no ano que vem, para estudar e ter a possibilidade treinar na escolinha da Desportiva. “Ainda estamos resolvendo o que vamos fazer, mas ele tem um sonho e damos apoio a ele em todos os sentidos”, disse Claudete.
“Eu pretendo começar pelo Botafogo, jogar no Brasil e, quem sabe, ir para o Barcelona. Mas eu só treino se eu estudar. Minha mãe sempre me incentiva a jogar. Ah! Esqueci de falar. Eu sou o melhor batedor de faltas da equipe que treina de manhã, aqui em Marechal. E eu vou treinar e me especializar nisso, igual ao Cristiano Ronaldo (jogador do time espanhol Real Madri)”, finalizou o pequeno craque.