Por Wagner Santos – ES de Fato/Notícia Capixaba
Mal assumiram o mandato e alguns prefeitos já começam a dar resultado. Sinal de que desde a campanha sabiam o que seria possível fazer e de que a transição foi utilizada para compreender o funcionamento da máquina administrativa por dentro e planejar ações, como manda o figurino.
Em nível nacional, todos os olhos estão voltados para o mandatário de São Paulo, João Dória (PSDB). Por trás da estratégia de showman, que se veste de gari ou faz viagens de inspeção no transporte coletivo, estão medidas sólidas de corte de gastos – apenas com o fim do aluguel de veículos economiza R$ 10 milhões mensais. Também exonerou servidores contratados sem concurso, a redução de comissionados deve atingir 30% – e parcerias com a iniciativa privada, para limpeza e conservação do patrimônio público sem ônus para o município.
Dória entrou com o programa de governo na cabeça e passou a executá-lo imediatamente. Inclusive com ações para reduzir a fila de espera por exames na rede pública de Saúde. As ações foram implantadas desde o primeiro dia de governo. Como em uma empresa privada, o gestor acompanha de perto o trabalho para identificar problemas, propor soluções viáveis e incentivar os trabalhadores.
Mas não é preciso ir a outro estado para ver prefeito em ação, mesmo com pouco tempo de gestão. Em Colatina, Sérgio Meneguelli (PMDB), iniciou uma série de cortes de gastos. Já exonerou, desde janeiro, 143 cargos comissionados. Proibiu o pagamento de horas extras, diárias e até a utilização de passagens aéreas.
Em sua ação de maior repercussão, cancelou contrato de R$ 423,7 mil por ano para fornecimento de lanches e “coffee breaks” em eventos da prefeitura. “Não há necessidade, ainda mais com essa crise econômica que estamos passando. Vamos servir no máximo café e água”, explicou.
Ainda mais perto, no sul do Espírito Santo, o exemplo vem de Conceição de Castelo. Com o objetivo de implantar uma gestão empresarial, o prefeito Christiano Spadetto (PMDB) revela que já poupou mais de R$ 200 mil dos cofres públicos, a partir de cortes. “Estamos fazendo todo o levantamento possível e cortando os gastos. Não demitimos praticamente ninguém; fizemos somente remanejamentos dentro da administração. A prefeitura está enxuta, não há funcionários sobrando”, disse o prefeito.
Em comum, os três prefeitos, todos em primeiro mandato, têm a disposição para o trabalho, criatividade e a disposição de escrever nova história, sem procurar desculpas para o insucesso. Assumem a missão para a qual se candidataram, sem lamentar o tamanho do desafio. Outros deveriam seguir seus exemplos.
100 dias
“O eleitor escolhe o candidato e tem certa paciência por um tempo. Há um estoque de credibilidade, com prazo para entregar algum resultado. Essa paciência costuma durar 100 dias”.