No próximo dia 16 de agosto acontece a tradicional Festa de São Roque, em São Roque de Quarto Território, interior de Alfredo Chaves. Com sentimento de devoção centenas de pessoas da região e municípios vizinhos irão celebrar uma tarde de festividades para São Roque. A capela fica a cerca de 800 metros de altitude, onde dá para vislumbrar um visual inesquecível.
A missa, que acontecerá às 13h será o ponto alto da festa. Em seguida serão promovidos sorteios e leilões de produtos da região.
Os romeiros se encontrarão às 11h30min em um ponto estratégico, conhecido como “o pé do morro”, para subir a pé a montanha onde está erguida a capela que abre somente uma vez por ano. De acordo com a Igreja Católica do município, mais de duas mil pessoas participam da festa todos os anos.
Para chegar até a igrejinha, desde a sede de Alfredo Chaves, são 14 km de estrada de chão, mas, ainda, é preciso deixar o automóvel e seguir a pé um trecho íngreme que corresponde a 20 minutos de caminhada.
Fiéis de diversas regiões do município promovem romarias. Os moradores da comunidade param os trabalhos diários para dedicar devoção ao santo. Muitos caminham alguns quilômetros a pé para agradecer pelas graças alcançadas.
Promessa originou tradição
Segundo a comerciante Marilene Partelli, a sua família construiu uma capela no alto de um morro, na comunidade de Quarto Território, no interior de Alfredo Chaves, para agradecer a uma prece atendida. Em 1899 o italiano Amadeu Partelli já instalado em Alfredo Chaves resolveu partir para o Rio Grande do Sul para procurar melhores terras. Ao chegar ao novo destino, ele e sua esposa foram roubados e ficaram sem dinheiro e nenhum pertence. Como ele era muito religioso, fez uma promessa a São Roque – que se conseguisse voltar para Alfredo Chaves, precisamente para a comunidade de Quarto Território, onde se instalou, iria construir uma capela em devoção ao santo. Como a graça foi alcançada, ele cumpriu a promessa e no dia 16 de agosto de 1902 inaugurou a igrejinha construída de pau a pique, onde hoje a comunidade celebra missa uma vez por ano.
Segundo os familiares, que hoje moram em diversas comunidades de Alfredo Chaves, “depois de muitos anos a igreja pegou fogo e não restou nada da pequena capela. Mais tarde foi construído um cruzeiro no local das ruínas e o pároco da cidade começou a celebrar missa uma vez por ano”.
Em 1943 foi erguida uma nova capela, os materiais para a construção eram conduzidos por burros, pois o morro é muito íngreme, a cerca de 800 metros de altitude. Em 1997 foi erguida a torre da igrejinha e instalado energia provisória. “Somente em 2007 a energia foi colocada definitiva e instalada uma bomba para levar água até o alto do morro”, conta a bisneta de Amadeu, Marilene Partell