Por Giovana Schneider
Nesta matéria vamos conhecer um pouco da origem do comércio em Marechal Floriano, um período em que ainda era um pequeno vilarejo.
E como está no hino: “Marechal Floriano, O progresso aqui chegou. (…)”
A cidade de Marechal Floriano está localizada na região serrana do Espírito Santo. O clima é tropical, com uma temperatura amena quase o ano inteiro, com remanescentes da Mata Atlântica. Em Marechal Floriano existe uma grande variedade de orquídeas, o que dá à cidade o título de “Cidade das Orquídeas”.
Entre 1882 até 1970, a maioria dos comércios, eram de pequeno porte, na época conhecidos como vendeiros. No final do século XIX, o maior negociante foi Philipp Endlich, na vila do Braço do Sul.
Com a crise do café e a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929, o comércio teve uma queda brutal. Em 1957 com início da construção da BR 31, hoje 262, o comércio voltou à tona, principalmente na vila de Marechal Floriano.
Como podemos ver foi uma ferrovia que deu impulso ao comércio desta região, no início do século XX. Depois uma rodovia, que fez principalmente a cidade Marechal Floriano, ser hoje um grande centro comercial.
Na região tivemos fábricas, como a de tijolos, fundada em 1896, pelo imigrante suíço Jacob Kuster. Na vila de Marechal Floriano, a maioria das antigas casas, inclusive a primeira igreja católica, foram construídas com tijolos provenientes desta olaria, que ficava nas margens do Braço do Sul, na final da atual rua Dr. Arthur Gerhardt. Jacob também foi primeiro carpinteiro, marceneiro e fabricante de peças de madeiras, utilizadas na antigas fabricas de farinhas, como roda d’água e polias. A altar da primeira igreja católica de Marechal, foi construído pelo Jacob.
Os moinhos hidráulicos foram sem dúvidas as primeiras fábricas, onde produziam farinha de mandioca e fubá. Estes moinhos também eram conhecidos com Quitungo, palavra que vem do Tupy, onde o historiador Roque Ribeiro diz que nome é originário de “Conta-se que escravos fugiam das fábricas de farinha dentro de cestos de farinha ao longo do rio que hoje leva o mesmo nome (rio Quitungo/ R.J)”.
Em 1934 João Lübe Sobrinho construiu um galpão na Vila de Marechal, para fabricar vinho de laranja. No Jornal Diário da Manhã de 04/08/1933 saiu a reportagem sobre a fábrica de João Lübe Sobrinho.
Comércio ambulante, geralmente vendia de tudo, mas o carro chefe eram joias. Um dos mais famosos foi Hamilton Linz, natural do Rio de Janeiro. Começou em Matilde em 1930. Veio para a vila de Marechal em 1940. Vendia roupas e sapatos. Generoso Mendes, natural de Cachoeiro do Itapemirim, especialista em joias. Ainda tinha seu Vicente, natural de Vitoria, vendia joias, sendo seu produto maior, cordão de ouro entrelaçado.
Automóvel do Emílio Entringer alugado para transportar o vendedor Hamilton Linz – 1931. Comércio de Ercílio Pereira em Ponto Alto.
Ferreiros, os mais antigos foram os germânicos Georg Balzer, Carl Gottlieb Dietze e Hermann Rudolf Hülle, chegaram na vila do Braço do Sul em 1860. Alfaiates, um dos mais antigos foi Johann Littig I, imigrante que chegou na Colônia de Santa Isabel em 1859, região de Sóido. Em 1896 mudou-se para a Vila do Braço do Sul, onde exerceu sua função até 1915.
MERCADO
A partir de 1920 a estação virou uma espécie de mercado, os compradores vinham de Vitória no trem da manhã e voltava a tarde. Comprava de tudo, farinha de mandioca, laranja, aipim, avos, galinha, sendo que o mais procurado era o carvão vegetal. Tudo era negociado na plataforma da estação.
Ondina Pereira que relatou esta história, dizia que era muito bom para a vila, já que toda semana entrava dinheiro, e melhor ainda era para o seu pai que tinha o comércio ao lado, onde o povo ia comprar suas necessidades
Na próxima matéria vamos falar dos Negociantes de Marechal Floriano (1882 até 1970)
FONTE: Histórias do Comércio – Jair Littig
A união de diversas narrativas sobre Marechal Floriano, tomou forma em um livro intitulado: “Marechal Floriano – Resgatando Memórias”, escrito por Giovana Schneider que já está em sua segunda edição pela Pragmatha Editora. Outro livro já está tomando forma, logo, teremos mais resgates de memórias de Marechal Floriano.
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