Cerca de 40 minutos de chuva de granizo na tarde do último sábado (19), foram suficientes para deixar prejuízos na localidade de Vitor Hugo, em Marechal Floriano. As pedras vieram acompanhadas de vento forte, provocando prejuízos para os agricultores.
Segundo levantamento da prefeitura nesta terça-feira (22), aproximadamente cinquenta propriedades foram atingidas, e o prejuízo ultrapassa dos R$ 1 milhão. De acordo com a Secretaria Municipal de Agricultura, a última chuva forte de granizo na região foi em 1964, há 51 anos.
A propriedade da família da produtora Eliene Regiane, 12 mil pés de tomate foram destruídos pelo granizo e pelo vento. Eles perderam, pelo menos, 3 mil caixas do fruto. O tomate bom poderia ser vendido a R$ 70 a caixa, mas o que sobrou será comercializado no máximo a R$ 10.
“Ninguém da região tinha visto pedra do jeito que caiu aqui, assustou todo mundo”, disse a produtora rural para o jornal da Rede Gazeta.
Na propriedade do Genésio Regiani plantações de batata baroa, pimentão e inhame foram atingidos pelas pedras de gelo. Seis mil covas de tomate foram completamente perdidas. O jeito foi arrancar tudo.
“Parecia neve, estava tudo branco. Em uma propriedade tive um prejuízo acima de R$ 50 mil”, explicou.
A Prefeitura de Marechal Floriano estima um prejuízo de mais de R$ 1 milhão. O problema é que muitos produtores não tem seguro para desastres como esse. “A gente não tem seguro e nem financiamento, agora é tocar a vida, plantar de novo e tomara Deus que nunca mais vejamos uma coisa assim”, explicou a produtora Eliene.
O secretário de Agricultura do município disse que a prefeitura vai tentar ajudar os produtores atingidos, mas a crise financeira vai dificultar um pouco.
“Nós vamos melhorar as estradas para os nossos produtores, pois sem estradas não tem como eles escoarem as mercadorias. Podemos observar que tivemos uma grande perda de solo, a erosão foi muito grande, então temos que fazer algum paliativo em cima disso também”, explicou o secretário Ubaldino Saraiva.
Outro prejuízo, segundo o secretário, foi na propriedade do Sr. Izael Francisco Evald, no distrito de Santa Maria, onde foi constatado prejuízos decorrentes da falta de energia elétrica.
Saraiva explicou que Sr. Izael trabalha com piscicultura, e depende de energia elétrica para movimentar os aeradores (equipamento necessário para oxigenar a água) instalados nos tanques de produção.
“Com a falta de energia acarretou prejuízos com a morte de aproximadamente 5 mil peixes, pesando em média 800 gramas cada totalizando 4000 kg, e o valor estimado do prejuízo aqui na propriedade totaliza 40 mil”, contou o secretário Ubaldino Saraiva.