domingo,
05 de janeiro de 2025

Artigo/Opinião

BOINA AZUL DE MARECHAL FLORIANO

Giovana Schneider: Escritora, poeta, contista e colunista. Ocupante da cadeira de nº 06 da AFHAL (Academia Florianense de História, Artes e Letras “Flores Passinato Kuster”).

 

Giovana Schneider

 

NÓS TEMOS O NOBEL DA PAZ

 

Batalhão de Suez

 

O primeiro envio de Forças Armadas foi durante a Crise de Suez de 1956, que ajudou as tropas americanas e soviéticas a expulsar invasores israelenses, franceses e britânicos do Egito. No entanto, demorou até a década de 1960 para que as Forças de Paz assumissem o papel de executores da paz armada.

 

 

Boina Azul, assim como o Capacete e o Gorro da cor da bandeira da ONU, identificam os Soldados da Paz. São militares pertencentes às tropas multinacionais que servem nas Forças da Paz das Nações Unidas para a resolução de conflitos internacionais em países envolvidos em conturbação social. Em Marechal Floriano tivemos Generoso Kuster, nascido em 09 de abril de 1946 filho de Adolfo Kuster e Regina Gerhardt.

 

 

Ele participou do 18° Contingente. Meio de transporte utilizado para o deslocamento do Contingente de Recife para a Faixa de Gaza, no Egito foi o aéreo, utilizando três aviões Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira.

 

 

Partimos de Recife no dia 09 de fevereiro de 1966 chegando ao Batalhão Suez no dia seguinte, 10/02. 

 

O percurso foi feito em três etapas de voo. O avião a que me serviu, decolou de Recife às 9h do dia 09/02, e fez a primeira escala em Dakar aterrissando às 15h15min. A decolagem de Dakar se deu às 17h30min, pousando em Argel às 24h daquele dia 09/02. No dia 10 de fevereiro de 1966 às 02h35min decolamos de Argel e aterrissamos em El Arish, precisamente às 08h10min daquele mesmo dia. Foram portando 18 horas e 20 minutos de voo. Os outros dois aviões seguiram o mesmo roteiro, e mais ou menos o mesmo horário.

 

 

O regresso ao Brasil por conclusão da missão na Faixa de Gaza se deu no dia 25 de março de 1967, via aérea, nos mesmos aviões Hércules C-130, também efetuado em três etapas, via Europa, sendo o último aeroporto estrangeiro a Ilha do Sal. Chegando em Recife no dia 26 de março daquele ano de 1967, nos apresentando ao 14° RI.

 

Para uma observação ou um adendo importante: é que o 19º Contingente se confunde com 18° Contingente.

 

Naquele ano se não me falha a memória, o 18° Contingente recebeu dois meses após sua chegada à Faixa de Gaza, mais precisamente no mês de abril, um complemento de tropa para o seu efetivo, o qual passou a ser denominado de 18° A Contingente.

 

3º Sargento — José Carlos de Oliveira — Decimo oitavo Contingente.

 

Em 29 de setembro de 1988, o Comitê do Nobel do Parlamento Norueguês outorgou o Prêmio Nobel da Paz às Forças de Paz das Nações Unidas.

 

BATALHÃO SUEZ E O PREMIO NOBEL DA PAZ 1988

 

Os brasileiros desconhecem esse prêmio trazido para o Brasil pelos Soldados da Paz, porque não houve interesse em divulgá-lo e nem de colocá-lo nos livros escolares e nas enciclopédias, para que os nossos jovens pudessem tomar conhecimento dos feitos desses brasileiros desconhecidos; mas… (Dacilio de Abreu Magalhães)

 

Precisamos homenagear Generoso Kuster, pois é um ganhador do prêmio Nobel da Paz. Jair Littig

 

 

Estive com Generoso Kuster, na Biblioteca Legislativa “Adelaide Klippel”. Tivemos uma conversa descontraída. Ele que participou da Missão entre 1966 – 1967, uma pessoa que traz consigo uma memória histórica. Foi para outro país, uma terra estranha, com costumes e idiomas diferentes. Em Missão de Paz. Servindo a ONU. Perguntei se havia outros capixabas, ele me respondeu que na época que foi, acreditava que somente havia mais um, o nome era Zauri Camargo, foi o que conheceu. Sim, ele merece todo nosso respeito, pois teve um papel muito importante, a missão formada por jovens na faixa dos 20 anos, e com a responsabilidade de pacificar uma região instável tomada por conflitos bélicos. A tensão, com certeza, pairava sobre cada um dos soldados que se encontravam nas proximidades da Faixa de Gaza. Ele, e os que lá estiveram, são heróis. Precisamos de homenagens em vida, não póstumas. 

 

SOLDADOS DA PAZ “BOINAS AZUIS”

 

Na Faixa de Gaza estiveram

O objetivo era pacificar 

Foram convocados para a Paz

Alguns ainda se perguntam:

Será que valeu a pena?

Com certeza sim,

Vocês tiveram papel decisivo 

Pelos lampejos de Paz por lá

A vida lá não foi fácil

Dia e noite patrulharam

Encarraram o medo de frente

E também tempestades de areia

Vocês foram em Missão de Paz

Depois veio a guerra dos seis dias,

Alguns de vocês morreram

Mas o que não podemos deixar

É que sejam esquecidos.

Giovana Schneider 

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