quarta-feira,
15 de janeiro de 2025

Geral

Agronegócio comprou só em 2012, 823.226 toneladas de agrotóxicos, entre os quais muitos proibidos em outros países

Vinte e dois dos 50 princípios ativos mais usados em agrotóxicos no Brasil estão banidos em outros países. A denúncia é da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em dossiê. A organização atualizou estudo que recebeu o título “Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde”, versão lançada esta semana.

Os especialistas destacam ainda haver uso além da necessidade técnica, e que existem métodos menos tóxicos e eficientes para o controle de pragas. O agronegócio comprou só em 2012, 823.226 toneladas de agrotóxicos, entre os quais muitos proibidos em outros países. De 2000 a 2012, o aumento em toneladas compradas foi 162,32%.

Os venenos agrícolas causam doenças que produzem doenças como o câncer, malformação de feto, impotência sexual e frigidez, doenças cardíacas e nervosas. No Espírito Santo, os agrotóxicos matam mil pessoas por ano.
A partir de 2009, o Brasil passou a ser o maior consumidor de venenos agrícolas do mundo. O consumo representa uma média de 5,5 quilos por brasileiro por ano.

O dossiê da Abrasco aponta que o uso de agrotóxicos está diretamente relacionado à expansão da monocultura e dos transgênicos.

Desde a primeira edição do dossiê, o debate sobre a questão foi ampliado na sociedade civil e também no governo. Foi criado o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), cuja minuta está pronta, mas não foi lançada oficialmente pelo governo.

O dossiê é uma revisão da versão publicada em 2012. O documento tem mais de 600 páginas, com o acréscimo de estudos científicos e decisões políticas que envolvem os agrotóxicos. Reúne informações sobre a relação direta entre uso de agrotóxicos e problemas de saúde, como os que foram divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Na atual edição do dossiê, foi incluído um capítulo que aponta o caminho da agroecologia como forma sustentável e saudável de produção no longo prazo.

O documento aponta ainda dez ações emergenciais, entre as quais priorizar a implantação de uma Política Nacional de Agroecologia no lugar do financiamento público ao agronegócio, impulsionar debates internacionais, e enfrentar a concentração do sistema alimentar mundial.

Também é apontado que é preciso banir no Brasil os agrotóxicos já proibidos em outros países e realizar a revisão dos parâmetros de potabilidade da água, para limitar o número de substâncias químicas aceitáveis e diminuir os valores máximos permitidos. E, ainda, que deve ser proibida a pulverização aérea de agrotóxicos.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site, e nos reservamos o direito de excluir. Não serão aceitos comentários que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Confira mais Notícias

Geral

Chuva alaga ruas e acende alerta de transbordamento de rio em Marechal Floriano; veja vídeo

Geral

Cesan suspende abastecimento em Ponto Alto, Domingos Martins

Geral

Chuva deixa 167 pessoas desalojadas em Cachoeiro

Geral

Prefeito de Alfredo Chaves discute melhorias no trânsito da cidade com o Detran

Geral

Veja vídeo: Prefeitura de Cachoeiro trabalha de forma imediata para conter transtornos causados pelas fortes chuvas

Geral

Descubra Alfredo Chaves: o destino perfeito para o verão 2025

Geral

Cesta Natalina beneficia mil famílias em Piúma

Geral

Chuva forte derruba ponte e causa queda de barreiras em Afonso Cláudio