Redação
A mãe da pedagoga e miss pomerana Rayane Luiza Berger, morta em 2015 pelo então companheiro, divulgou um vídeo em que clama por justiça. “Cheia de vida, cheia de amor e sonhos”, diz Clarice Berger, ao descrever a filha Rayane. Ela aguarda há quase 10 anos a conclusão do caso, confiante na atuação do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), que pede a condenação do réu.
Na próxima quinta-feira (13/03), será realizado o Tribunal do Júri para o julgamento de Celso Luís Ramos Sampaio, médico acusado de planejar e executar a morte de Rayane, na época com 23 anos. O Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Vitória, atuará pela condenação do réu pelo crime de homicídio qualificado (por motivo fútil, com recurso que dificultou a defesa da vítima e em situação de violência doméstica — feminicídio). O júri terá início às 8 horas, na nova sede do Fórum Criminal de Vitória.
Relembre o caso
O crime aconteceu no dia 6 de junho de 2015, próximo ao distrito de Alto Rio Posmosser, na zona rural de Santa Maria de Jetibá. Na ocasião, o médico Celso Luís Ramos Sampaio teria dopado a companheira, Rayane Luiza Berger, com medicamento de uso controlado e proferido golpes com objeto contundente, causando ferimentos na nuca da vítima.
Em seguida, o réu colocou Rayane em um veículo e forjou um acidente automobilístico. No dia seguinte ao crime, ciclistas avistaram o automóvel, em que a vítima estava submerso num rio ao lado da estrada e acionaram os Bombeiros Voluntários. O corpo de Rayane foi encontrado no carro, no banco do carona, sem cinto de segurança e com ferimentos na região da nuca.
O veículo estava com todas as portas trancadas, sem marcas de frenagem e sem os airbags acionados, o que levantou a hipótese de que não havia sido um acidente. Com isso, as investigações apontaram que o crime foi premeditado e planejado por Celso Luís.
Denúncia
Conforme a denúncia do Ministério Público, o casal tinha um relacionamento conturbado, já haviam separado e reatado diversas vezes, e tinham conhecimento de traições recíprocas. Entretanto, uma das traições teria sido o motivo de Celso Luís planejar e executar o crime contra Rayane.
Na denúncia, o MPES ainda detalha a cronologia dos fatos a partir das observações de câmeras de segurança e resultados periciais. Acrescenta, também, que o réu estava cumprindo pena de 16 anos de reclusão por outro crime (homicídio contra um colega de profissão).
Diante dos fatos, o MPES reitera o compromisso de atuar no plenário deste júri em defesa da sociedade e da vida das mulheres, atuando pela condenação do réu.