Eduardo Antunes
Na noite da última terça-feira, dia 31 de outubro, a Câmara Municipal de Marechal Floriano realizou a Sessão Solene, como evento comemorativo oficial pela passagem do aniversário de 32 anos de emancipação política do município. Na solenidade, os nove vereadores, o vereador licenciado e secretário de Meio Ambiente, Juarez Xavier, e o vice-prefeito, João Cabral, concederam honrarias.
Os títulos de ‘Cidadão Florianense’ e de ‘Honra ao Mérito’ foram entregues a trinta e três homenageados por fazerem parte da história, desenvolvimento e cultura do município, conhecido como a ‘Cidade das Orquídeas’. Na ocasião, as dependências da Casa de leis ficaram lotadas pelos convidados e visitantes.
ORIGEM DO MUNICÍPIO
Após um processo orgânico, que mobilizou grande parte da comunidade do antigo distrito de Domingos Martins, em 31 de outubro de 1991, a Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo aprovou a Lei Estadual nº 4.571/1991 que tornou realidade a emancipação de Marechal Floriano, agora com autonomia político-administrativa, com efeitos legais à partir de 1º de janeiro de 1993.
O novo município surgiu de um povoado em crescimento, chamado de Vila do Braço do Sul, oficialmente com esta denominação a partir de 1862. A vila, composta por imigrantes europeus, passou a absorver maior número de moradores ao passo em que a construção da linha férrea e da estação avançaram na localidade.
Datado em 13 de maio de 1900 a vila e a estação, inaugurada nesta data, receberam o nome atual. Marechal Floriano passou a ser a referência também para quem transitava, da capital do estado, com destino ao sul capixaba e ao estado do Rio de Janeiro.
DÉCADA DE 1990 – MARCO PARA NASCIMENTO DO MUNICÍPIO E INÍCIO DO PROCESSO QUE CULMINARIA NO ABANDONO DA FERROVIA, NO SÉCULO XXI
Em paradoxo histórico, a década de 1990 marca o surgimento do município autônomo e seu desenvolvimento, nos moldes atuais, ao mesmo tempo em que marca o início da desestatização da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal S A).
A entrega dos trilhos à iniciativa privada pode ser atribuída, por algumas linhas de pensamento, como um dos motivos para o abandono da ferrovia que corta a cidade, por parte da empresa responsável pela concessão da malha ferroviária, agora denominada de FCA (Ferrovia Centro Atlântica). A empresa, atualmente, só opera cerca de 5 mil km de trechos mais lucrativos para suas atividades no território nacional. A malha original, com a ociosa, era de 7,2 mil km.
Em 2019 a VLI, atual concessionária, se comprometeu a pagar à União R$ 1,2 bilhão, em acordo extrajudicial com o Ministério Público Federal (MPF) pelo mal uso e ociosidade de parte do trecho de suas ferrovias, com a diminuição e extinção de operações, tidas como o não cumprimento de cláusulas contratuais da concessão feita junto a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
MARECHAL FLORIANO: ATIVOS ECONÔMICOS E DESAFIOS
Em todos estes anos a cidade buscou se desenvolver, tendo a agricultura e a avicultura sempre se destacando. O plantio de hortaliças e café também pode ser considerado como propulsor da economia local, durante décadas. Com seu desenvolvimento socioeconômico, o comércio e o setor de prestação de serviços também agregam em sua base econômica atual.
Com a instalação de empresas de grande e médio porte, há um novo ciclo se desenvolvendo. Marechal Floriano absorve novos moradores e, segundo o IBGE, conta com população de 17.641 habitantes, de acordo com dados de 2022.
Saúde, educação e segurança são preocupações sempre levantadas pelo Poder Legislativo, nos debates durante as sessões. Duplicação da rodovia, acesso a habitação e infraestrutura que absorva a densidade demográfica na sede do município podem ser encaradas como prioridades nos próximos anos, em decorrência de seu desenvolvimento e os parlamentares estarão atentos às demandas levantadas pelos munícipes, com participação pela ouvidoria e presencialmente, durante os trabalhos.