sexta-feira,
18 de abril de 2025

Política

Orçamento de 2024 prevê déficit zero e salário mínimo de R$ 1.421, com aumento de 7,65%

Ministro Fernando Haddad disse que projeção das receitas foi conservadora e que pode “surpreender”

Redação

A proposta orçamentária para 2024 (PLN 29/23), entregue nesta quinta-feira (31) ao Congresso Nacional pelo governo, prevê um salário mínimo de R$ 1.421, um aumento de 7,65% em relação ao atual, de R$ 1.320. O projeto prevê receitas e despesas de 2,2 trilhões e, portanto, déficit fiscal zero.

Os técnicos do Ministério da Fazenda afirmaram que as contas revelaram até um pequeno superávit, de R$ 2,8 bilhões. Mas, pelo novo arcabouço fiscal, a meta será considerada cumprida se ocorrer um déficit ou superávit de até R$ 29 bilhões.

O valor do salário mínimo é uma projeção porque ainda depende da variação anual do INPC até novembro acrescido do crescimento do PIB em 2022, que foi de 2,9%. Segundo os técnicos, não há previsão de reajuste no projeto para a tabela do Imposto de Renda e para os benefícios do Bolsa Família.

O Orçamento total para 2024 tem R$ 5,5 trilhões por causa das despesas com a dívida pública e uma parcela de R$ 151,3 bilhões para os investimentos das empresas estatais.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a Receita Federal foi conservadora na projeção das receitas de impostos no projeto do Orçamento de 2024 e que isso pode gerar uma surpresa positiva mais à frente.

Haddad esclareceu que, por causa disso, foi necessário antecipar medidas de aumento de receita que estavam programadas para serem anunciadas só no ano que vem.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que a necessidade de receitas ficou em R$ 168 bilhões. Para o governo federal, serão mais R$ 124 bilhões pagos com estas receitas porque o restante é transferido para estados e municípios.

Novas receitas
Para Haddad, é possível cumprir a meta fiscal de 2024 porque, segundo ele, vários contribuintes estavam à espera da votação final da legislação sobre o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o que ocorreu esta semana no Senado. São esperados R$ 97,8 bilhões com as mudanças incluídas na norma.

“Lembrando que nós temos um estoque grande de pré-acordos estabelecidos com contribuintes que querem regularizar sua situação perante a Receita Federal e que estavam aguardando uma deliberação final do Congresso Nacional. Mas temos agora a segurança jurídica necessária para estabelecer os acordos com os devedores que envolvem causas bilionárias, disse o ministro.

Outras medidas elencadas na mensagem enviada ao Congresso junto com o projeto do Orçamento são a tributação do valor dos incentivos fiscais concedidos pelos estados, com R$ 35,3 bilhões; e a tributação de fundos fechados, com R$ 13,2 bilhões. A primeira já foi decidida pela Justiça, e a segunda está no Congresso.

Em relação à estimativa de receita, Haddad explicou que a Receita Federal corrige boa parte da receita ordinária estimada pelo IGP, que tem apresentado deflação. A despesa, porém, é corrigida pelo INPC e IPCA, que tem tido variação positiva. Segundo ele, se a receita surpreender, isso pode ser revisto. https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/projecoes-variaveis-macroeconomicas-cenario-base/index.html

Espaço fiscal
A ministra Simone Tebet afirmou que o arcabouço fiscal, considerando a possibilidade de o governo poder estimar a inflação até o final do ano para a correção das despesas, gerou um espaço fiscal de R$ 129 bilhões para 2024. Mas, com a necessidade de pagar algumas contas praticamente obrigatórias, como os pisos da saúde e da educação, a sobra para os demais ministérios foi de R$ 55 bilhões.

O Ministério da Saúde ficará com R$ 231,3 bilhões, sendo que apenas para cumprir o mínimo constitucional foram colocados mais R$ 50 bilhões. Mas todos os ministérios terão pelo menos o mesmo deste ano.

Tebet disse que o governo está consultando o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a necessidade de cumprir os pisos constitucionais ainda este ano, já que o arcabouço fiscal foi sancionado hoje (Lei Complementar 200/23). Ela acredita que isso não será necessário, até porque seria impraticável. “O direito não exige o impossível. Se tivéssemos que aplicar o piso da educação e o da saúde, ainda que proporcionalmente, este ano; isso significaria shutdown em relação a alguns ministérios”, explicou.

Investimentos
Como cenário econômico para 2024, foi considerado um crescimento econômico de 2,26% e inflação de 3,3%. Para a taxa de juros básica, o governo considera uma queda do atual patamar de 13,25% ao ano para 9,8%.

Em relação aos investimentos, foram alocados R$ 152,8 bilhões (incluindo estatais) para nove eixos de ações: transporte eficiente e sustentável; infraestrutura social inclusiva; cidades sustentáveis; água para todos; inclusão digital; transição energética; inovação para a indústria de defesa; educação, ciência e tecnologia; e saúde.

De acordo com o governo, não foi previsto reajuste para os servidores públicos em 2024 porque já foram dados aumentos para várias categorias neste ano. A mensagem afirma que seria uma medida “imprudente” dado o cenário fiscal restritivo. No caso da Previdência Social, a estimativa é de queda do déficit em relação ao PIB, chegando a 2,47% no ano que vem. Em 2019, ano da reforma, ele foi de 2,89%.

Tramitação
O projeto do Orçamento de 2024 vai ser analisado pela Comissão Mista de Orçamento com relatoria do deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP). Em seguida, será votado no Plenário do Congresso Nacional.

Fonte: Agência Câmara de Notícias/Foto: Washington Costa/MPO

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site, e nos reservamos o direito de excluir. Não serão aceitos comentários que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Confira mais Notícias

Política

100 dias de governo: Campo e cidade abraçados pela mesma gestão em Marechal Floriano

Política

Candidatura de Ricardo Ferraço ao Governo do Estado ganha força

Política

100 dias de gestão de Ferraço e Júnior Corrêa; uma nova história se desenha em Cachoeiro

Política

“Hoje os investidores estão mais otimistas, e vamos fazer um governo de fé e raça”, diz Ferraço durante entrega de maquinários em Cachoeiro

Política

Ex-prefeito de Marechal, Cacau Lorenzoni inicia gestão participativa com produtores e trabalhadores da Ceasa para promover melhorias nas condições de trabalho e permanência na central de abastecimento

Política

Tribunal de Contas aprova contas do exercício de 2023 do prefeito Paulo Cola de Piúma

Política

Ferraço comemora saldo positivo de empregos em Cachoeiro de Itapemirim

Política

Prefeito Toninho Bitencourt pede perdão ao Tribunal de Contas de dívida milionária herdada da gestão anterior em Marataízes