quarta-feira,
27 de novembro de 2024

Suspeito de duplo homicídio em Santa Leopoldina é detido

Foto: PCES

 

Redação

 

Um homem de 36 anos foi detido, em cumprimento de mandado de prisão temporária, pelo crime de homicídio qualificado, na noite dessa terça-feira (20), na zona rural de Itarana, após uma denúncia recebida pela patrulha rural. O detido é apontado como autor do duplo homicídio de um casal de 62 e 68 anos, ocorrido no último domingo (18), no sítio onde as vítimas moravam, na região de Colina Verde, em Santa Leopoldina, região serrana do Estado.

 

A prisão e o resultado das investigações foram apresentados em coletiva de imprensa realizada, na manhã dessa quarta-feira (21), na sala do Conselho de Polícia Civil, na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.

 

O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Alexandre Ramalho, destacou e agradeceu o trabalho integrado das Polícias Civil e Militar, que 72 horas após o ocorrido detiveram o suspeito e elucidaram este crime, que chocou a comunidade.

 

“Foi descartado qualquer possibilidade de envolvimento da questão trabalhista da senhora que é vítima desse crime bárbaro. Não tem nada a ver com advocacia, foi uma desavença da região que poluiu a mente desse indivíduo que, lamentavelmente, planejou a execução do homem. A senhora que estava próxima da vítima acabou também sendo executada”, pontuou Ramalho.

 

O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, frisou que a PCES não compactua com a impunidade. “Esse foi um trabalho rápido, com uma resposta rápida das duas Polícias, que entendo como primordial. E que a prisão desse cidadão possa servir para que outras pessoas não tentem praticar crimes do tipo, ou serão presos”, disse.

 

O titular da Delegacia de Polícia de Santa Leopoldina, delegado Leandro Barbosa Morais, apresentou quatro possíveis motivações do duplo homicídio alegadas pelo suspeito, em depoimento formal na sede da unidade. As desavenças teriam ocorrido com a vitima do sexo masculino.

 

“Há três anos, o detido teria adquirido com a vítima um pedaço de terreno por R$ 10 mil para passar com o veículo até sua propriedade rural. Dos R$ 10 mil combinados, ele chegou a pagar R$ 3 mil, mas desistiu do negócio e aceitou ficar no prejuízo. A segunda desavença aconteceu há dois anos, quando o suspeito passou, sem autorização da vítima, canos pelo terreno para irrigar a sua propriedade. Na ocasião, a vítima teria retirado esses canos. A terceira versão apontada teria acontecido há um ano. Os filhos do suspeito entraram no sítio da vítima e foram repreendidos. A vítima teve receio, já que no local tem tanques de peixes e crianças pequenas poderiam se afogar. A última vertente que o suspeito apresenta, seria que, no último sábado (17), um dia antes do crime, a vítima teria mostrado uma arma de fogo para ele, e essa exibição teria soado para o suspeito em tom de ameaça. E naquele momento, ele resolveu ceifar a vida da vítima”, explicou o delegado.

 

Segundo o delegado, o suspeito se deslocou de sua propriedade, que é limítrofe com a propriedade da vítima, com a intenção de matar. “Não era para conversar, não era para entender ou resolver essas desavenças, ou apaziguar os ânimos. Era para matar e fugir. A vitima do sexo feminino, que ele desconhecia ser advogada, foi morta apenas por estar no local”, elucidou. 

 

E complementou: “ele não mostra nenhum sinal de arrependimento. Não estava sob efeito de nenhuma droga. Diz que adquiriu a arma de fogo ilegalmente há cerca de um ano, no valor de R$ 3 mil, para andar armado. Após cometer o crime, ao se deslocar para sua residência para em um bar, onde adquiri quatro cervejas, para poder tomar no carro enquanto resolve para onde fugiria”, contou o delegado Leandro Barbosa de Morais.

 

A prisão do autor é temporária de 30 dias. Neste prazo, a Polícia Civil angariará mais elementos robustos à investigação. “Durante esses dois dias de investigações, a equipe tomou o depoimento de diversas testemunhas. Não era uma investigação fácil. Os investigadores tiveram que se debruçar com muita cautela, muito afinco, até porque o cidadão das imagens, autor do crime, não era reconhecido por nenhum dos depoentes”, relatou o delegado. 

 

O delegado responsável pelas investigações expôs que a Polícia Militar teve um papel muito importante, porque o local onde o suspeito estava era de difícil acesso. “Ele tentou se desfazer de todas as evidências que o pudessem levar até o crime. E a intenção dele era se ocultar das forças policiais. Essa integração permitiu sua captura e permitirá que durante sua prisão sejam colhidos novos elementos e essa investigação seja robustecida”, informou. 

 

O major Márcio Cabral, comandante da 8ª Companhia Independente da Polícia Militar, relatou como foi a detenção do suspeito. “Na terça-feira (20), recebemos uma denúncia de que o indivíduo estava em um sítio na região rural de Itarana. Após fazermos um levantamento para confirmar a informação, fui ao local, juntamente com outros militares, e consegui deter o suspeito. Durante a abordagem, ele confessou ser o autor do crime”, destacou.

 

O comandante destacou a confiança da comunidade de repassar à patrulha rural informações importantes que permitiram chegar ao suspeito. "Houve uma participação muito importante das equipes locais e também da patrulha rural. O contato que a patrulha rural tem com a comunidade do interior transmite uma confiança, a ponto de eles se sentirem confortáveis para realizar essa denúncia. Graças a esta denúncia, conseguimos ajudar nesse trabalho que está sendo feito, auxiliando, assim, para que esse indivíduo fosse apresentado à Justiça, e que responda por este terrível crime", ressaltou.

 

O suspeito possuía passagem pela Polícia por porte ilegal de arma de fogo e agora responderá por homicídio qualificado, duas vezes. Ele foi encaminhado ao presídio, onde permanece à disposição da Justiça e da Autoridade Policial responsável pela condução do inquérito.

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