A crise econômica começa a deixar vestígios no setor de produção de refrigerantes do Espírito Santo. A tradicional fábrica Coroa abriu uma roda de negociações com trabalhadores da empresa para reduzir a jornada de trabalho em até 20%, afetando cerca de 100 funcionários da administração e produção. As informações são da Rede Gazeta.
O Grupo Coroa, localizado em Domingos Martins, representa um quinto da comercialização de bebidas no Espírito Santo e emprega mais de 300 funcionários.
A medida, segundo a empresa, terá validade entre três e seis meses, a partir de agosto, e visa garantir o emprego dos trabalhadores qualificados no cenário de crise que o Brasil enfrenta. A redução da jornada de trabalho já é colocada em prática pelo Grupo há dois meses, mas sem mexer no salário dos empregados. Desde maio a produção é concentrada em apenas quatro dias da semana.
“Não estamos com demanda de produção para cinco dias desde o primeiro trimestre deste ano. O consumidor fugiu do supermercado. Fizemos de tudo para não mexer no salário do funcionário, mas a situação ficou realmente insustentável. É uma medida necessária para não desempregar”, justifica o presidente do grupo Coroa, Ulisses Pincelli.
Fábrica Coroa vai negociar com funcionários a redução da jornada de trabalho em até 20%.
Segundo o presidente do Grupo, a empresa planeja se tornar adepta do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), lançado pelo Governo Federal, que autoriza a redução temporária da jornada de trabalho em até 30%. O governo assume o pagamento de 15% desse valor com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A primeira reunião de negociação entre a classe patronal e trabalhadora está marcada para a próxima segunda-feira. “A companhia está com todos os seus custos em patamares complicados. Precisamos dar as mãos nessa fase, que é complicada, mas tende a ser passageira. Contamos com a compreensão do sindicato dos trabalhadores, vamos manter os empregos com a redução desses custos”, reforça Ulisses.
Representante dos funcionários, o Sindicato dos Trabalhadores de Indústrias de Alimentação do Espírito Santo (Sindialimentação) foi procurado pela reportagem da Rede Gazeta, mas até o momento não se pronunciou sobre a situação dos empregados do grupo Coroa.