Redação
As propriedades finalistas da 3ª edição do Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), estão passando por auditoria para avaliação das práticas sustentáveis que adotam. Nessa etapa, o Incaper mede os níveis de adequação socioeconômica e ambiental das concorrentes, com base nos indicadores de sustentabilidade da cafeicultura do Estado.
Iniciadas na última semana, as auditorias ocorrem até esta terça-feira (12), abragendo as 20 propriedades selecionadas na primeira etapa de avaliação sensorial das amostras inscritas no Prêmio, sendo 10 na categoria Arábica e 10 na categoria Conilon.
Nas visitas às propriedades, os oito avaliadores do Incaper, quatro em cada categoria, analisam critérios como: conservação do solo, boas práticas de colheita e pós-colheita, análise de solo e foliar, rastreabilidade da produção, uso de equipamentos de proteção individual, proteção de nascentes, destinação de resíduos e regularização de área de preservação permanente.
Para seguirem na disputa, os produtores precisam atingir um índice superior a 50% nos indicadores de sustentabilidade. Outra exigência do concurso é que o lote inscrito não seja proveniente de área desmatada a partir do dia 31 de dezembro de 2020, conforme demanda o Regulamento Antidesmatamento da União Europeia (EUDR, em inglês).
Os três produtores de cada categoria que alcançarem as maiores pontuações no quesito sustentabilidade receberão premiação extra de até R$ 5 mil.
O coordenador de cafeicultura do Incaper, Fabiano Tristão, ressalta que o objetivo da auditoria vai além da avaliação. “É uma auditoria propositiva, na qual orientamos os produtores sobre melhorias para tornar a produção ainda mais sustentável e eficiente. Não há produção de café especial sem compromisso com a qualidade e a sustentabilidade”, frisa Tristão.
Os produtores finalistas são dos municípios de Afonso Cláudio, Santa Teresa, Ibatiba, Brejetuba, Dores do Rio Preto, Itarana, Marechal Floriano, Domingos Martins, Mantenópolis, Venda Nova do Imigrante e Nova Venécia.
Eles foram selecionados após as provas das amostras realizadas na última semana de outubro, no Centro de Cafés Especiais do Espírito Santo (Cecafes), localizado na Fazenda Experimental do Incaper em Venda Nova do Imigrante. Os degustadores avaliaram vários aspectos como aroma, sabor, doçura, acidez, equilíbrio e sabor residual.
Nos próximos dias, as amostras classificadas passarão por nova avaliação sensorial. A análise para o café arábica é realizada conforme a metodologia do principal concurso de qualidade do mundo, o Cup of Excellence, criada pela Alliance For Coffee Excellence (ACE). Já para o café conilon, são seguidos os critérios do Fine Robusta Cupping Form, do Coffee Quality Institute (CQI).
A programação do Prêmio também conta com a realização da Mostra Anual de Cafés Especiais do Espírito Santo, que será realizada após a premiação e envolverá a participação dos 20 melhores cafés da categoria Arábica e os 20 melhores da Conilon. Os 40 lotes serão preparados, codificados e disponibilizados em cupping, com o objetivo de promover sua comercialização e relações de negócios.
O Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo conta com a parceria da Federação da Agricultura do Estado do Espírito Santo e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faes/Senar), da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB/ES) e do Sebrae, e com o apoio técnico da Brazilian Specialty Coffee Association (BSCA).