quinta-feira,
21 de novembro de 2024

“Memórias de Marechal Floriano”: Genoveva Marculano Gama Filha, carinhosamente chamada de Dona Santa

“Foto acima com seu esposo Florentino Del Puppo”

Por Giovana Schneider

Conforme Registro do Cartório de Linhares, Genoveva Marculano Gama Filha nasceu em 05 de fevereiro de 1943, às 14h, no distrito de Rio Quartel, município de Linhares.

Filha legitima de Olympio da Silva Gama e Genoveva Marculano Gama. Neta de José Augusto Nogueira da Gama e Porcina da Silva Gama. Por parte de pai. Por parte de mãe, José Marculano e Victória Vitorazi.

Obs.: Victória Vitorazi não é o seu sobrenome, e sim Corradi.

Certidão de nascimento de Genoveva, Dona Santa. Registro civil de Linhares.

Sua mãe, Genoveva Marculano Gama, faleceu em 8 de fevereiro de 1943, aos 35 anos, apenas três dias depois do seu nascimento.

Após a morte da mãe, seu pai a levou para Marechal Floriano, onde foi acolhida pela tia Maria Marculano.

A viagem foi longa e a recém-nascida chegou bastante debilitada. Segundo as palavras da própria Dona Santa: “Eu cheguei muito fraquinha dentro de uma caixa de sapato”. Esse relato é da sua nova mãe, Maria Marculano.

Maria Marculano

Maria nasceu em 5 de março de 1900, filha de Giuseppe Marculano, um imigrante italiano que veio ao Brasil em 1865, e Victória Corradi, nascida em 1880. Victória era a descendente de Onorato Corradi e Filomena Bojardi, também imigrantes italianos que chegaram ao Espírito Santo no dia 27 de dezembro de 1888 a bordo do vapor Adria, oriundos da região da Emilia-Romagna, na província de Módena, especificamente da comuna de Soliere.

Maria casou-se com Sebastião Siqueira, nascido em 23 de julho de 1898. Ele era filho de Izidro Pinto Siqueira e Leonida Maria da Penha Conceição, naturais de Todos os Santos, município de Guarapari. O casal teve uma única filha que nasceu sem vida no dia 5 de agosto de 1929 e foi sepultada em São Félix, conforme o registro do cartório local.

Durante sua vida, Maria trabalhou como empregada doméstica, lavando roupas e atuando como cozinheira por vários anos na igreja católica. Ela também desempenhou o papel de parteira. Seu marido exerceu a profissão de tropeiro e cuidava da castração e negociação de animais para montaria. Maria faleceu em 1º de agosto de 1980 e seu esposo em 24 de janeiro de 1977; ambos foram sepultados em Marechal Floriano.

Infância da D. Santa

Foi muito difícil, pois seus pais não tinham condições de oferecer uma vida melhor. Porém ela abraçou os estudos. Fez o primário na escola de Marechal Floriano, sendo sua professora, Fernanda Gianordoli Stein, mais conhecida como professora Fernandina. Em 1958 com apenas 15 anos, já dava aulas particulares na residência de sua mãe.

Escola de 1ª grau em Marechal Floriano onde iniciou seus estudos.

No início dos anos sessenta começou a lecionar, sendo seu primeiro emprego a Escola de Rapadura, no município de Domingos Martins.

Escolinha onde tudo começou, lá em Rapadura. Segundo Dona Santa: “para chegar neste local tinha que andar a pé 20 km.  Ficava feliz quando o seu Paulinho Endlich dava aquela carona, na basculante do Estado”.

CASAMENTO

Em 14 de julho de 1962 casou no cartório de Santa Isabel e na igreja Católica de Sant’Ana em Marechal Floriano, com Florentino Del Puppo nascido em 23 de maio de 1936, comerciante, filho de Raimundo Del Puppo e Brígida Gava.

COMO VIVEU

No começo, as coisas não foram fáceis. Quando a situação se transformou, ela nunca esqueceu aqueles tempos. Quem buscava sua ajuda jamais saía de mãos vazias. Tornou-se um exemplo de generosidade, desejando abraçar todos os desafios do mundo. Desde jovem, lutava incansavelmente pelos menos favorecidos.

Era religiosa e dedicou-se plenamente à igreja católica de Marechal Floriano. Nunca abandonou seus estudos e sempre incentivou e apoiou seus netos e familiares próximos na busca pelo conhecimento. Estava sempre pronta para amparar aqueles que precisavam de cuidados de saúde.

Era uma mãe justa e equilibrada com seus filhos. Contribuiu intensamente para a Associação Pestalozzi de Marechal Floriano e se envolveu ativamente nas iniciativas em prol da comunidade.

Assim foi a vida da querida Dona Santa, uma professora de muitos Florianenses, que sempre lembram dela com carinho.

Ela também compartilhava o nome de sua mãe, com “filha” para diferenciar: Genoveva Marculano Gama Filha  

O ADEUS…

Em 11 de fevereiro de 2020, Dona Santa dirigiu-se a Vitória para realizar uma cirurgia. Deixou seu lar com a expectativa de retornar saudável. Enfrentou dias difíceis e, no início da tarde do dia 28 daquele mês, faleceu. Seu corpo foi velado na Câmara Municipal de Marechal Floriano/ES. Em um sábado ensolarado (29/02), familiares e muitos amigos a acompanharam até sua última morada.

 “Imagine que você está à beira-mar e vê um navio partindo. Você fica olhando, enquanto ele vai se afastando, cada vez mais longe, até que finalmente aparece apenas um ponto no horizonte. Lá o mar e o céu se encontram. E você diz: “Pronto, ele se foi. “Foi aonde? Foi a um lugar que a sua visão não alcança, só isso. Ele continua tão grande, tão bonito e tão imponente como era quando estava perto de você. A dimensão diminuída está em você, não nele. E naquele momento em que você está dizendo: “Ele se foi”, há outros olhos vendo-o aproximar-se e outras vozes exclamando com alegria: “Ele está chegando”.

Henry Sobel

Com seus irmãos: Ireni, Hermilo, Sr. Florentino & D. Santa no centro, Carlos, Ruy e Juarez — Foto Julho/2012

Fonte da matéria e fotos: Família Del Puppo – Jair Littig

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Comentários

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Uma resposta

  1. Parabéns Giovana pela matéria…
    Dona Santa merecia esse apelido….
    Sempre generosa ,carismática e ajudadora dos menos favorecidos….
    Sempre com um sorriso no rosto e bons conselhos…
    Sentimos muito a sua falta…
    Com certeza está descansando nos braços do pai eterno.

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