Redação
Após três dias de julgamento, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça do Júri de Vitória, obteve a condenação de Remi Pereira dos Santos e Gilvana Pires Pereira Tesch, pai e filha, respectivamente, a mais de 42 anos de prisão, no total. Eles foram condenados pelo homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima) de Arnaldo Tesch, que era marido de Gilvana Pereira, e cumprirão a pena inicialmente em regime fechado.
Remi foi condenado a 20 anos de prisão e seis meses e Gilvana foi condenada a 22 anos. Os jurados reconheceram que ambos foram os mandantes, além de terem auxiliado na execução do crime. Conforme as investigações, Gilvana sinalizou com uma lanterna o momento em que os executores deveriam adentrar no local do crime, enquanto Remi os conduziu para um ponto fora do alcance das câmeras de segurança.
O Tribunal do Júri do caso começou às 8h de quinta-feira (04/07), no Fórum Criminal de Vitória, e terminou por volta das 2h30 da madrugada deste domingo (07/07). Os Promotores de Justiça Rodrigo Monteiro da Silva, Bruno Simões de Oliveira e Luis Felpe Simão atuaram pelo Ministério Público no julgamento.
Os Promotores de Justiça explicaram que o júri se prolongou por três dias em razão do número de testemunhas arroladas pela defesa dos réus, que contou com cerca de 10 advogados. Mas salientaram que, apesar dos esforços da defesa, foi possível convencer os jurados das provas colhidas no processo contra os réus.
Destacaram também que, ao final, foi feita justiça, com a condenação dos dois denunciados pelo MPES, restabelecendo a paz à família da vítima e à cidade de Santa Maria de Jetibá, que esperava há 12 anos pela solução desse crime.
Entenda o caso
O crime ocorreu no dia 10 de outubro de 2012, na serraria de propriedade de Arnaldo Tesch, de 36 anos, no bairro Córrego do Ouro, em Santa Maria de Jetibá, região serrana do Estado. Três homens invadiram a serraria e renderam Arnaldo Tesch e Remi Pereira. A vítima foi morta com facadas nas costas, em um local onde as câmeras da serraria não tinham alcance.
As investigações mostraram que Remi auxiliou os invasores a ficarem fora do monitoramento das câmeras de segurança da serraria.
Conforme denúncia do Ministério Público, o crime foi motivado porque Arnaldo Tesch pretendia se separar de Gilvana, o que deixaria pai e filha sem fonte de renda. Diante disso, Gilvana convenceu a vítima a fazer seguros de vida em torno de R$ 700 mil, em valores da época, no nome dela. Em seguida, contou com a ajuda do pai para matar o marido e ficar com o dinheiro do seguro e com a serraria.
O júri do caso chegou a ser adiado em duas ocasiões, em julho e em novembro de 2022.