sábado,
23 de novembro de 2024

Vice-prefeito de Marechal, João Cabral (PSDB) é o último entrevistado da série de pré-candidatos à prefeitura do município serrano

Por Eduardo Antunes

O portal Notícia Capixaba encerra o ciclo de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Marechal Floriano. É motivo de muita satisfação poder contar com sua audiência qualificada, que busca informação relevante para formar seus conceitos. Segue abaixo, a entrevista mediada pelo jornalista Eduardo Antunes, com o vice-prefeito da cidade, João Cabral (PSDB):

– O ciclo de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Marechal Floriano está chegando ao fim. O último convidado é João Cabral Rodrigues Cancellieri, vice-prefeito, já passou por quatro mandatos de vereador, sendo por duas vezes, o mais votado e também duas vezes, presidente da Câmara. Se apresente, por favor, para o nosso leitor e para quem ainda não o conheça.

– Para quem não me conhece, eu sou o Cabral. Muitos chamam Cabral da Cesan, mas meu nome é João Cabral Rodrigues Cancellieri. Sou esposo de Simone Catarina Lemke. Pai de quatro filhos e vale lembrar que eles sempre estudaram nas escolas públicas de Marechal Floriano.

Sou morador daqui há 36 anos. Vim para Marechal, na época, para jogar futebol primeiro no Apollo XIII e depois no América Futebol Clube. Trabalhei na Cesan por 33 anos, atendendo a comunidade não só de Marechal, mas também de Domingos Martins.

Eu vejo que a política hoje é diferenciada, vejo o seguinte, o eleitor não é empregado do político. Quem é empregado é o político, ele é empregado do eleitor. Porque eu falo isso? Porque quem paga salário de prefeito, vice-prefeito, de secretário e dos funcionários públicos, é o povo. Então essas pessoas têm que dar melhor qualidade para o cidadão.

Vejo a política assim e gostaria de dizer ao povo mais uma vez. Quando eu aceitei ser vice, do atual prefeito Cacau Lorenzoni, eu disse uma coisa, nas casas, que eu não queria ser um vice, que ficaria com o traseiro na cadeira [sic]. Seria um vice atuante e isso eu estou fazendo, como fiz como vereador, que sempre trabalhei muito e agora como vice-prefeito nessa gestão.

– O senhor como vice-prefeito faz parte do grupo político que tem alguns candidatos já declarados até com apoio do próprio prefeito. Como o senhor está circulando nesse meio com o secretariado, com o prefeito? Sua candidatura é bem-vinda em alguns setores da comunidade? Com quem você se articula, com empresariado, com igrejas, com associações? Como o senhor está se mantendo e sobrevivendo no meio de tantos pré-candidatos que estão dentro de um grupo político?

– Eu acho o seguinte, quando tem muito candidato em uma cidade, para o eleitor é bom porque ele vai ter opções. Cada um tem seu pensamento e o meu, em muitas coisas é diferenciado de outras pessoas, pois viso uma política direcionada ao povo de Marechal Floriano. Sempre fiz isso, quem pesquisar as leis de minha autoria e minha atuação na Câmara e meu trabalho no dia a dia, vai perceber que é direcionado ao povo e essa é uma coisa que eu não vou mudar, é meu jeito de fazer política.

A respeito do prefeito já ter declarado apoio a uma pessoa, eu acho que foi um pouco prematuro. Eu penso assim porque para ele sentar na cadeira (de prefeito), ele não ganhou sozinho e digo que quando o vice é atuante, ele ajuda muito a um prefeito sentar na cadeira. Em momento algum eu, Cabral, fui ouvido, porque eu tenho que passar para as pessoas que me perguntam sobre isso.

Vejo como uma coisa que, realmente, não me fez bem, e para aquelas pessoas que circulam ao meu lado, em apoio as minhas candidaturas, tanto para vereador como agora, a pré-candidatura a prefeito de Marechal Floriano.

– O senhor acha prematuro esse apoio do prefeito? São seis pré-candidatos declarados, até o momento. O senhor acha que vai afunilar até o final, até chegar a abril, maio, ou no prazo das convenções? Vai haver alguma junção de pré-candidatos para obter mais força?

– É, eu vejo que sempre foi assim. Em todos os lugares, às vezes se lançam muitos candidatos, mas depois, no final, o quadro diminui, alguns grupos se juntam.

Deixando aqui bem claro, esse é o Cabral cidadão, ex-vereador e o Cabral, atual vice-prefeito. De ‘goela adentro, ninguém me enfia candidato’. Tenho livre arbítrio para escolher, se eu não for candidato, lá na frente, o lado que eu vou, porque eu vou tornar a repetir aqui, eu não devo favor a político, eu devo favor ao povo de Marechal, que sempre acreditou no meu trabalho, tanto que eu tenho cinco mandatos consecutivos. Se tenho esses mandatos consecutivos, é porque alguma coisa de bom eu tô fazendo para essa cidade.

– O senhor está filiado ao PSDB, como está a articulação interna do partido no município e na estadual? Como são seus apoios fora do município e essas articulações para conseguir recursos?

– O apoio estadual. Graças a Deus, veio através do presidente Vandinho Leite, ele me colocou à disposição de ser candidato e me deu a liberdade, lá na frente, se eu não quiser ser candidato, se achar que venha como vereador, ou de vice-prefeito fica a cargo de a gente aqui escolher para onde eu vou. Ele me deu essa autonomia para escolher o destino político em Marechal Para mim, é muito bom. Sinal que eu não tenho ‘rabo preso’ com ninguém.

Articulação política eu tenho muita, tanto que nesse meu período de política, que em Marechal Floriano, nesses quatro mandatos, várias coisas conseguimos para Marechal. Quer ver um exemplo? Foram feitas trinta e cinco casas populares, que eram do ‘Programa Morar Melhor’, na gestão do ex-prefeito Elias, a quem eu quero agradecer, porque me deu autonomia, na época, pra ficar à frente desse programa aqui em Marechal Floriano.

Foram feitas 35 casas, como falei antes e, de lá pra cá, se passaram quatro mandatos e ninguém pensou nessa parte política, de tentar atender a essas pessoas que necessitam de casa. Dinheiro tem, mas os políticos têm que ir atrás.

Como eu trabalhava na Cesan, eu vi a possibilidade de trazer um sistema de água para o interior, que são as “ETA’s” e nós conseguimos trazer um programa para Marechal, que chamava Pró-Água e nesse programa, nós conseguimos fazer o sistema de água no trevo de Betinho Simon, em Alto Nova Almeida e Vila Schunk. Conseguimos, também, a reforma e ampliação de Santa Maria, de Araguaya e de Bom Jesus. Lembrando a comunidade que agora, neste mandato, consegui junto a Cesan, através de articulação e parceria, novamente a reforma para Araguaya e Santa Maria, que já estão em fase de finalização e, se Deus quiser, vamos começar no trevo de Betinho Simon e depois na Vila Schunk.

Eu sempre falo que água é vida, quando, num exemplo, você gasta R$ 1 com água, lá na frente, você vai ganhar vinte vezes mais, que é a saúde da própria pessoa, porque água tratada traz vida e saúde para as pessoas.

Consegui trazer para Marechal, o Centro de Convivência da Terceira Idade. Uma obra que começou no mandato passado e agora, junto com essa administração, conseguimos finalizar. Era um recurso da união e, com a atual administração junto, nós conseguimos colocar mais recursos e entregar esta obra a terceira idade de Marechal, para atender nossos idosos aqui, porque eu sempre falo em respeito ao político: Ele tem que pensar no recém-nascido, pré-adolescentes, nos jovens e também nos idosos, porque eu sempre falo, todo mundo paga imposto.

Tivemos a casa do mel, que hoje agrega valores, gera emprego e atende hoje mais de 60 apicultores e talvez a população de Marechal não saiba disso. Aqui é produzido mais de 50 toneladas de mel ao ano, juntando todos apicultores, o que diversifica muito, pois agricultor trabalha com o café, com a banana, mas tem uma renda separada, que é o mel das abelhas, tanto nosso mel já está indo para outros países da Europa. Então eu fico muito feliz de ser uma pessoa que teve essa iniciativa e foi bem aceita a ideia. Hoje somos referência no estado, com a casa do mel.

Talvez eu seja o político que mais trouxe veículos para Marechal. É só entrar no meu Facebook, no meu site, que vocês vão ver a quantidade de veículos. São veículos que foram entregues na Pestalozzi, no passado, são veículos que foram entregues na assistência social, vários veículos para atender a comunidade, veículos que estão atendendo a Secretaria de Interior e Transportes, veículo do Conselho Tutelar, carro destinado a Sou Feliz e ônibus e van para a terceira idade, que a gente fez pedido através de nossos senadores e deputados federais, e esses recursos chegam à essas entidades.

O político tem que pensar em tudo. Porque, na verdade, uma cidade é um todo, você não pode pensar só numa coisa, tem que pensar em tudo e eu sempre fiz essa parte.

Esse ônibus é muito útil. Ele foi para a terceira idade, né isso, mas depois passaram ele pra atender na saúde, porque a demanda era muito grande, mas recentemente entreguei mais uma van para a terceira idade e já temos em caixa, dinheiro de R$ 520 mil, que é referente a emenda parlamentar ao Orçamento da União, para a compra de um micro-ônibus para terceira idade. Então eles não vão ficar com a perda do ônibus que foi para a saúde.

– O senhor, tendo exercido seu primeiro mandato de vereador a partir de 2005, tem muitas leis de sua autoria que se tornaram políticas públicas no município. Você pode citar algumas dessas iniciativas?

– Sempre procurei criar leis que vão direto, em benefício ao povo florianense. Um exemplo é o Espaço Cidadão, que se tornou referência não só aqui, mas no estado e muitas Câmara do Brasil copiaram essa lei de minha autoria, que criei pensando nas pessoas carentes do município, por exemplo, famílias que têm crianças e jovens, que estudam, e não tem em casa acesso à internet, por exemplo. No Espaço Cidadão, todos esses trabalhos, eles podem fazer lá.

Também é direcionado aos moradores que precisam tirar um boleto bancário, para fazer um pagamento de taxa, o Espaço Cidadão é aberto para essas pessoas também. É aberto para as pessoas que vêm do interior, aquelas pessoas que querem tirar alguns documentos, documento de carro, documentos pessoais. É tudo feito no Espaço Cidadão. Então é uma lei que vai direto a nosso povo florianense.

Outra lei que criei, que acho muito importante, foi a lei que regulariza o comércio itinerante na cidade e temporário aqui dentro do município de Marechal Floriano. O que que eu estou falando isso aí porque aconteceu em Marechal, um tempo que vieram essas feiras denominadas de “feiras da madrugada”, “de São Paulo”, “feira do Brás” e eu consegui acabar com esse tipo de coisa porque os grandes prejudicados eram os nossos comerciantes, aqueles que pagam imposto, que pagam aluguel, que pagam os seus contadores.

Essas pessoas eram prejudicadas com esse tipo de feira, porque essas feiras, quando vinham aqui pra Marechal e vendia vestuário, vendia os Calçado e a feira era tão estranha que ela vendia até peça de material de construção, por exemplo, uma trincha de pintar, um pincel, uma luva e material elétrico. Então, o grande prejudicado era o comerciante Marechal.

Sempre defendo o comerciante, porque se você juntar todos comerciantes de Marechal, os pequenos e os grandes, é a parte que mais gera emprego dentro do município, são muitos comércios pequenos, médios e grandes. Dentro do Marechal Floriano.

Tem outra lei, de minha autoria, que virou até uma polêmica na cidade e chega a ser até engraçado, Ela dispõe sobre a ajuda de custo, no transporte de estudantes que cursam o ensino superior e segundo grau técnico pro profissionalizante fora do município de Marechal Floriano.

Quando eu fiz essa lei, foi pensando naquele jovem que às vezes, eles ganham essas bolsas do governo e muitos desistem de estudar porque os pais não conseguem pagar o transporte.

Ela foi sancionada no dia 27 de maio de 2011. Apresentei o Projeto de Lei e depois virou a lei. O PL era 036/2011 e depois virou lei municipal de número 1.039 de 27/05/2011. Foi sancionada pela então prefeita Eliane Lorenzoni porque ela entendeu ser uma lei que realmente agregava para os nossos estudantes.

Então, na parte da política, tem coisas que deixam a gente meio triste e uma das coisas que me deixou muito triste é que eles pegaram essa lei e só mudaram a data. Mas mesmo assim eu quero aqui parabenizar os estudantes e os pais desses alunos por essa conquista aqui no nosso município, mas lembrando que a lei já existia antes, só mudaram sua data.  É a tal da politicagem.

– Ainda sobre políticas públicas, nesse tempo do senhor, como mandatário na cidade, qual a sua visão e sua atuação na área de educação e saúde?

– A saúde é complexa não só no município de Marechal, mas a nível mundial ela tem seus problemas, muitos problemas. No nosso município, por exemplo, ela não é ruim, mas tem coisas que podem melhorar. Eu vejo o seguinte: quando vai chegando a véspera de eleição, muitos candidatos prometem um hospital, prometem raio x, promete aparelho de mamografia.

A gente sabe que para ter esse tipo de atendimento não é fácil. Quer ver um exemplo? Se você colocar um raio x em Marechal, você vai ter que ter seis profissionais, porque vai atender 24 horas. Hoje eu falo para todo mundo ouvir: você não consegue um profissional, que é difícil no mercado, imagina conseguir seis e a demanda às vezes é pequena.

Então o município tem que fazer o que? Fazer convênio com a clínica. A pessoa chegou no nosso sistema de saúde, já pega um encaminhamento, vai lá e faz seu raio x e da mesma coisa, a mamografia.

Esse negócio de prometer hospital, prometer não sei o quê. Isso aí é a tal da mentira em época de política. Sabe o que eu falo? Isso porque a gente vê a dificuldade do governo em manter os hospitais. Nós temos um aqui do lado, em Domingos Martins, da Santa Casa, temos logo na frente, em Venda Nova, você anda quarenta, cinquenta quilômetros e está dentro de Vitória, então, dificilmente o governo vai fazer um novo hospital em Marechal Floriano. O que nós temos que fazer é melhorar a saúde local. O que é melhorar a saúde local? É você ter um atendimento com qualidade, quando a pessoa chegar na policlínica. O primeiro atendimento, muitas das vezes, faz a diferença no tratamento.

Tentar evitar a demora e ter médico capacitado. Senão, não adianta ter só um médico para alguma especialidade, você tem que colocar médico mais especializado, por exemplo, nós temos que ter mais pediatra. Marechal cresceu muito, tanto que eu falo o seguinte: Quando você é político e vai fazer uma obra, o primeiro passo é ouvir a comunidade.

Às vezes você faz muito calçamento, mas não é isso que o povo quer. Eu vejo, por exemplo, em Soído, hoje tem que ter uma creche. Por que eu falo isso? A maior empresa daquela região é a Oi Frango. Hoje temos várias pessoas lá que tem crianças e não conseguem nem ir trabalhar porque não tem uma creche. É só um exemplo que eu tô dando.

Então, quando você está no poder, você tem que ouvir a comunidade e eu sempre falei, se um dia chegar a ser prefeito de Marechal, a primeira coisa que quero fazer é discutir o orçamento com a comunidade. É a comunidade que vai dizer o que é prioritário, o que precisa naquela região. É mais médico? Então vamos trazer mais médicos. É um novo posto de saúde com pediatra que atenda duas regiões, uma perto da outra, por exemplo, como o trevo de Paraju e Alto nova Almeida, ou Soído.

Centralizar lá em cima, também, porque é difícil, às vezes, uma família que não tem transporte chegar até aqui no centro. Então temos que ouvir as comunidades e eu sempre falei, não adianta você chegar, falar que vai fazer uma obra sem fazer, sem ouvir a comunidade. É um dos meus pensamentos dentro da política. Também vejo a necessidade de ter outro local para o atendimento de pediatria, o que resolveria parte da grande demanda na Policlínica.

Outra coisa que eu vejo tem que refazer o cadastro dentro da saúde, porque como o município, que no censo, agora tá se colocando dezessete mil e poucos habitantes, você vai no sistema de saúde, tem quarenta mil pessoas cadastradas.

Aonde está esse pessoal? Tem que rever isso, porque senão, o município não tem como dar uma qualidade melhor para nossos munícipes. Assim não tem dinheiro que aguenta. Outra coisa, é fazer parceria com o governo estadual. Se tiver que refazer um convênio com o governo, nós temos que trabalhar em cima disso, que são os convênios, porque só o município, eu vejo que é difícil manter uma saúde cem por cento.

Eu vejo que a saúde aqui tem muitas coisas boas. Eu rodo muito município e o pessoal até elogia a gente, mas também tem muita coisa que pode melhorar. Não só na saúde, mas também na educação.

Marechal é um município que em todas as provas do Ideb, sempre teve uma boa colocação. Sempre está entre os dez, mas você não pode parar no tempo. Se você ficar em nono lugar em um ano, no outro, você tem que ficar em quinto, em terceiro, às vezes até em primeiro lugar. Você sempre tem que pensar grande. Eu falo isso porque os meus filhos, por exemplo, sempre estudaram em escola pública. A escola pública hoje não é igual. Antigamente a gente sabe disso. Hoje tem merenda boa, tem transporte pra levar a criança. O que falta às vezes, é a família acompanhar mais de perto nossos jovens, os nossos alunos, junto com os professores.

A gente vê que o mundo hoje tá muito mudado, não é isso? A escola é referência de coisa boa, mas na porta de um colégio, às vezes tem um traficante, que atrapalha a vida dessas crianças e até mesmo o ensino dessas crianças, levando-as para o mau caminho.

Voltando à educação, eu vejo o seguinte: Nossos profissionais aqui muito são bons, mas quando puder dar cursos, para aprimorar, para melhorar o ensino, eu acho que o município tem que trabalhar essa parte sempre.

Qualificar nossos funcionários, desde professores, nossos atendentes, o pessoal que trabalha de servente, cozinheiro. Então, eu acho que nossa educação é boa. Eu como político, tenho preocupação com a educação.

O Emílio Oscar é uma escola do governo só que está dentro de Marechal e ali é um colégio que atende muitos jovens, tanto da sede, quanto do interior.

Lembro que há um tempo atrás, foi um dos recursos que eu briguei muito, foi para a reforma do Emílio Oscar, com a então deputada Luzia Toledo, hoje o ‘Emílio’ é uma referência, uma escola modelo aqui no município, sendo estadual, dentro de Marechal, mas o recurso para essa escola estadual quem brigou para ele, foi o vereador. Não foi político do alto escalão, eu estava de frente. Sempre penso assim, é fazer o melhor pros nossos munícipes.

É preciso de uma nova escola em Santa Rita, o que desafogaria a escola Sítio Rupf, pois muitas crianças saem do bairro, até o centro, com dificuldade de deslocamento. Também liberaria a parte de pré-escola da creche ‘Leonor’. Outra situação é a ampliação de salas de aula, para acabar com as salas multisseriadas.

Também vejo a agricultura, na verdade, ela tem que ser uma referência no município. Hoje a cidade vive por causa do campo, a gente sabe disso. Sem comida na mesa, ninguém sobrevive e quem está no poder, tem que olhar este setor. Esses dias estou rodando o município, nós temos algumas dificuldades, como construção de caixa seca, por exemplo. São vários pedidos feitos pelos agricultores, como aquelas pequenas estradas.

Fazem as principais, mas tem que fazer também aquela que chega até a casa do agricultor, porque muitas vezes é da casa do agricultor que vai sair o caminhão de verdura, o caminhão de legume com destino ao Ceasa.

O município tem que dar esse suporte que é dar mais qualidade ao agricultor para ele escoar os seus produtos até a Grande Vitória. No caso, as entregas são feitas, tanto no Ceasa, como no supermercado.

Acho que o município ainda tem que melhorar. Existe coisa boa, mas tem muita coisa que tem que ser revista nesta área.

Vou tornar a repetir aqui. Se um dia for prefeito, jamais vou colocar um secretário dentro da pasta de Interior e Transporte e de Obras, uma pessoa que quer ser candidata nas eleições municipais. Isso é simples, porque quando a pessoa chega nesse cargo, ela está pensando em pra si, não para a maioria, mas quem está nesse cargo tem que pensar em todos, no pequeno agricultor e no grande agricultor, porque todos esses, tanto o pequeno, quanto o grande, são pessoas que geram emprego e renda para o município, que geram nossos impostos.

Meu pensamento, como pré-candidato a prefeito, caso a gente tenha êxito nas eleições, uma grande coisa hoje que eu vejo são as estradas, às vezes uma pequena coisinha que a gente fala assim: “É um pequeno bueiro, é uma caixa seca”, que vai melhorar a estrada, fazendo com que na época de chuva, como temos uma região de muita chuva que venham danificar a estrada.

Quem está no poder tem que pensar nisso e outra coisa que eu penso é dividir a garagem de maquinário. Nós temos que ter aqui na Sede para atender do lado de cá, de Bom Jesus, Vila Schunk, Rio Fundo e Costa Pereira. A outra garagem, a divisão lá no Posto do Café para frente, a gente atender Araguaya, Santa Maria, Alto Nova Almeida, Victor Hugo e outras localidades para evitar que a máquina saia daqui da sede para ir fazer um pequeno bueiro em Vitor Hugo e depois essa máquina volta. Ela gasta para ir e gasta para voltar.

Então, quando tiver em uma região, não levar só uma máquina, você faz um trabalho de mutirão para atender toda aquela região, que atenda a todo mundo, com Patrol, com retro e caçamba. Tudo naquela região.

Tem que parar com esse negócio de levar uma máquina para o sul e outra para o norte. Porque quem está pagando esse combustível que é gasto, muitas vezes errado, é você, consumidor, é você agricultor.

Eu prezo muito pelo agricultor. Temos uma feira, em frente à prefeitura. Se vocês verem aquelas barracas que estão lá e já estão um pouco desgastadas, foram recursos que eu também trouxe para atender os nossos agricultores, que vendem no sábado ali. Já fiz um pedido na Secretaria de Agricultura (Seag), junto ao secretário e junto a um deputado de minha confiança, para que nós consigamos neste ano, barracas novas, para atender aos feirantes.

– Ao ocupar esses mandatos de vereador e agora como vice-prefeito, mas no legislativo o senhor teve participação e a visão de dividir o município em bairros. Da divisão territorial, até a regularização fundiária. Como foi sua atuação e sua visão sobre a questão do morador ter a posse de seu terreno, saber o endereço para o Correio, entregar e uma loja fazer entrega dentro do bairro aqui na sede?

– Em 14 de junho de 2019 nós aprovamos na Câmara, a instituição de um programa de regularização fundiária urbana no município de Marechal Floriano. Já foi com esse pensamento de regularizar esses terrenos, que, no caso, foram doados pela prefeitura. Essas casas populares e outras demandas que tem dentro do município. A regularização fundiária começou comigo. Como presidente, foi uma coisa que eu briguei muito, lutei muito junto ao Executivo para colocar em prática. Graças a Deus, o atual prefeito, que na época era prefeito, entendeu a ideia e colocou em execução. Muitas pessoas talvez não saibam, por exemplo, que o bairro Nossa Senhora da Penha foi um bairro que fiz a lei o criando. Por que desta lei? Porque o bairro de Nossa Senhora da Penha, aquela localidade?

Chamavam de cabana, mas tinha que ter um nome adequado, um projeto de lei para que trouxesse melhoria, graças a Deus, assim que eu fiz a lei, logo depois nós conseguimos levar água da Cesan lá dentro do Santa Rita.

Até lá dentro conseguimos levar calçamento, conseguimos levar iluminação e agora eu tô lutando junto ao governo do estado, pá que se coloca o esgoto nesse bairro, mas esse bairro é uma lei minha também. A Vila Briske, depois da antiga produtora, é uma localidade com muitos moradores que não tinha um nome adequado. Nós criamos o bairro ali para quê? Para levar melhorias. Assim que criou o bairro, logo depois, nós conseguimos recursos para levar o calçamento, colocamos iluminação para aquela localidade.

O principal e maior bairro de Marechal, eu tenho certeza que muitas pessoas não sabem. Muitos falavam antigamente em Batatal. Batatal não existe, Batatal é em Alfredo Chaves. Ali eu criei o bairro Santa Rita. A lei diz o seguinte: “Denomina de bairro Santa Rita as ruas com início nas futuras instalações da Pestalozzi, até o campo do Apolo”. É o perímetro do bairro Santa Rita.

Depois que nós criamos esse bairro, Santa Rita recebeu melhorias. Em 2007 chegou a Pestalozzi, que fica no bairro Santa Rita, recebeu o centro de convivência, a praça no bairro, um posto de saúde com qualidade, uma creche, calçamento em todas as ruas do bairro, graças ao Projeto de Lei, porque para conseguir um recurso, uma emenda parlamentar, a localidade tem que ter nome. E lembrando aos moradores, até uma represa que estava pra ser estourada na época, conseguimos fazer, junto ao Executivo, na época, como presidente da Câmara, junto com o atual prefeito, nós conseguimos fazer essa represa que colocava em risco a vida de vários moradores.

Lembrando que eu não esqueci nem dos que faleceram. Conseguimos fazer um cemitério novo e, depois reformar, graças a uma lei, pois quando tem uma lei, você consegue recursos e melhorias para aquela localidade.

– Cabral, você já passou por todos esses mandatos que a gente já citou anteriormente e agora o senhor se propõe a uma nova empreitada que é o cargo do Executivo. Ele demanda tempo, desgaste pessoal e político e até a campanha eleitoral também demanda. Com essa experiência que o senhor tem, o senhor acha que chegou a hora de disputar este cargo?

– Na minha concepção e com pedido de vários moradores, eu acho que chegou a minha hora. Eu falo o seguinte, nesse tempo meu de política, eu não gosto de desafiar ninguém, não, mas eu duvido qual o vereador que mais trouxe recursos aqui na região Serrana. Eu trouxe muitos recursos e tudo que eu falei aqui, tudo que eu falei está documentado, vocês podem entrar no meu Facebook, que vocês vão ver tudo que eu falei aqui.

Eu, Cabral, quando eu falo do recurso de uma emenda, logo em sequência, depois a obra aparece. O que eu vejo em Marechal são as emendas ‘cabeça e bacalhau’ [sic] é aquela que o político vai na internet, usa o meio de comunicação, vai lá e fala, conseguiu ‘x’ recursos para saúde, ‘x’ recursos, pra onde mais ninguém vê o dinheiro e tudo o que eu falei aqui, vocês podem constatar que estão prontos já foram entregues e aquilo que eu falei aqui, tenho como provar com documento, que eu vou apresentar em breve, como é o recurso para compra do ônibus. Eu só faço política com a verdade. Vocês podem ter certeza. ‘Recurso cabeça de bacalhau’ [sic] Cabral não faz, não é o tal do recurso que a pessoa anuncia, mas ninguém vê, só ele que vê. Então esse tipo de coisa, eu não faço.

Coloquei meu nome porque, pela minha experiência, já passei pelo Legislativo por quatro mandatos, sendo duas vezes presidente. Na primeira vez que assumi o Legislativo, enxuguei a Casa. Tanto que eu mandei todos os assessores embora. Despedi porque acho que o dinheiro público tem que ser respeitado. Ele é igual a qualquer outro dinheiro, são nossos impostos. Quando eu vi que a Câmara estava cheia de gente, resolvi enxugar.

Na minha concepção, acho que não precisa disso. Marechal é muito pequeno para tanta gente dentro do serviço público, você tem que ter gente sim, com melhores qualidades, menos pessoas, com mais qualidade. Isso eu falo pro Legislativo e falo também por nosso Executivo que tá cheio. Tem que ter um concurso público em Marechal, mas para fazer um concurso, o prefeito tem que ter coragem e isso eu tenho. Tenho coragem para dispensar e para contratar.

Eu não tenho medo de perder voto. Eu tenho certeza que quem vai ganhar vai ser o povo do Marechal Floriano, por isso coloquei o meu nome à disposição para ser pré-candidato a prefeito.

E outra coisa, vejo muita gente escondendo, eu não, eu já tenho até nome que pode ser vice em Marechal, porque eu quero ter um vice que trabalhe como eu. Como eu falei, eu não sou um vice de ficar sentado e, caso eu seja perfeito, eu quero alguém que seja visto que me ajuda. Os nomes já apareceram. Se você quiser, eu te falo um aqui: Pro interior, eu tenho o Eliezer da Casa da Lavoura.

Vou falar logo porque tem candidato que não tem coragem. Existe também dentro de Marechal empresários, são administradores que a gente pode acolher. O político não pode pensar só em política. Você tem que pensar em um todo, nas pessoas que têm capacidade dentro da cidade, que seja político, seja empresário, um morador local, que seja um professor, médico para agregar dentro da política, porque às vezes essas pessoas têm melhor visão do que nós.

Político é o que eu falei aqui nós temos que ouvir a comunidade primeiro e eu sempre fiz isso. Ouvir a comunidade, discutir o orçamento vai ser a minha prioridade. A população que vai escolher o que ela quer. Hoje eu ando na rua e várias pessoas, de vários setores, me pedem para ser candidato. Comerciante, professor, pessoal da saúde, pessoal de obras e eu vejo também a grande parte também, que me pede para ser candidato. São as pessoas carentes, pessoas que eu trabalho no dia a dia, que são as pessoas que mais necessitam da política pública. Então, essas pessoas que já conhecem meu trabalho, são as que mais me pedem para ser candidato.

Estou rodando no interior também e muitas pessoas do interior, que às vezes não conhecia meu trabalho, mas está conhecendo agora, são essas pessoas também que no dia a dia me pedem para que eu venha candidato pra gente mudar o modelo de fazer política em Marechal, porque eu vejo o seguinte: Marechal não pode ficar a vida toda na mão de famílias, desde o que eu entenda, há 36 anos que eu estou em Marechal, que eu vejo algumas famílias sempre infiltrado dentro da prefeitura.

A prefeitura não tem dono, a prefeitura tem uma pessoa que vai liderar lá, que vai ser o gestor. Ele vai, ele vai usar o dinheiro do nosso imposto. Tem que acabar em Marechal de ficar famílias dentro da prefeitura. Quem manda na prefeitura, na verdade, é o povo. É como eu falei lá atrás, é o povo que paga imposto, é o povo que mantém o político lá. O povo não é empregado de político, o político é empregado do povo.

– Vice-prefeito, nesses mandatos todos, a gente sempre percebeu que sua atuação foi bem aberta em vários setores da comunidade florianense e também nas igrejas. O senhor é católico e isso é público e notório, mas o senhor tem uma entrada e uma simpatia muito grande nas igrejas evangélicas e com os pastores. Queria que o senhor comentasse como o senhor faz para poder ser tão aberto e tão aceito, pertencendo a uma denominação e sendo muito bem aceito no setor evangélico?

– Primeira coisa que quero deixar claro é que crente também paga imposto, evangélico paga imposto, você não pode diferenciar dentro de uma cidade. Eu vejo isso dentro de Marechal. Nós temos o evangélico que tem comércio, nós temos o evangélico que trabalha em vários locais dentro de Marechal, então você não pode diferenciar.

Hoje eu converso com muitos pastores e muitas igrejas fazem um trabalho social maravilhoso dentro de Marechal, resgatando vidas, pessoas que estão com problemas. Isso eu acho muito importante dentro de uma comunidade. Não só o poder público fazer, não só a Assistência Social, ou a saúde, mas eu acho que a parte evangélica é bem vista, tanto que sou político que mais fiz leis referentes aos evangélicos.

Existe uma lei de minha autoria que autoriza o município de Marechal, nos festivais aqui, como o ítalo-germânico, que é a festa da Italemanha, a gente tenha um espaço evangélico, com música gospel. Por que não? Porque eu sempre falo, o evangelho também paga imposto, então é o direito deles de ter nesse dia da festa, um cantor gospel. Não é no dia, no dia que tem os cantores seculares. É fazer um dia separado para eles.

Outra lei, por exemplo, é o festival gospel com música religiosa, que foi realizado só uma vez. Lei de minha autoria que dá o direito dessas pessoas de expressar também através da música, a sua religiosidade

Fiz a lei que autoriza o município a cessão de uso dos seus imóveis. Se o município tem um imóvel parado, que você pode reunir lá os pastores, líderes religiosos para discutir um assunto, como a droga que está dentro dos municípios, dentro das nossas casas, na porta do colégio, eu vejo que a igreja crente faz esse trabalho, tentando conscientizar essas famílias. Então essa lei é para os encontros religiosos. Essa lei existe, cabe ao município, colocar em prática e aos nossos pastores, exigir.

Vejo o evangélico em Marechal com uma importância muito grande, por isso que eu tenho um acesso muito grande. Eu respeito todas as igrejas, sempre falei que Deus é um só, cada um tem um jeito de chegar até Deus, de orar e fazer as suas preces, ou as suas orações e eu também tenho a minha e eles têm as deles, mas nós temos que respeitar essa classe. Por causa disso que sou uma pessoa, graças a Deus, que tem um acesso muito bom aos pastores e a parte evangélica.

– Agora que o leitor do portal já conhece boa parte de sua atuação e pensamento, gostaria que o senhor usasse este espaço para encerrar, com uma mensagem, como homem público, cristão e como pessoa.

– Como vereador tive minhas atuações sempre visando a comunidade florianense, agora, como vice-prefeito, sempre quis ser um vice que trabalha. Vou continuar trabalhando até o último dia do mandato, foi uma exigência minha ser atuante.

Sinto que tenho uma experiência muito grande, com quatro mandatos de vereador e duas vezes presidente. Fui um vereador fiscalizador e de fácil acesso a outras esferas de governo, para trazer recursos, que as obras chegaram e aconteceram. Tem que mostrar para onde foi e o que foi construído.

Porém o espaço do vice é limitado, queria ter mais autonomia para fazer mais, mas não tenho a caneta na mão. Marechal é do povo, meu tempo vai passar e as novas gerações estão vindo. Vejo falta de espaço, falta de oportunidade para os jovens ocuparem uma secretaria, por exemplo.

Converso principalmente com as pessoas carentes do município e vejo alguns pedidos ao qual estou limitado para fazer, poderíamos melhorar ainda mais. Sobre nomes para vice, chegam vários nomes, como de agricultor, empresário, pastor dentro da política local, para formar uma dupla. O vice tem que ser atuante e que agregue a sede e o interior.

Humildade, honestidade e respeito ao dinheiro público. Meu trabalho vai continuar sendo pensando no melhor para o florianense, desde a criança até a terceira idade. Quero dar exemplo para meus filhos, há vinte anos com o nome limpo, entrei e quero sair da política com a cabeça erguida. E no final, convido a todos a participar da política, pois tem que se mexer para melhorar a cidade e as mudanças que precisam acontecer.

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