Redação
As mulheres estão inseridas em todas as cadeias e setores do agro capixaba. Elas se destacam e representam a mudança no campo. Atuam como protagonistas nas áreas econômicas, sociais, ambientais, políticas e estão transformando diferentes segmentos e setores do agronegócio.
Em análise individual dos dados femininos, segundo o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2006 o número de estabelecimentos rurais liderados por mulheres no Espírito Santo era de 8.590, em 2017, passou a ser de 14.661, uma variação de 71%, índice superior à média nacional, que foi de 44%. Já a proporção entre homens e mulheres na gestão das propriedades rurais cresceu 40%.
No Espírito Santo, a atuação feminina é mais forte nas atividades de produção das lavouras permanentes, que concentra 57% das mulheres, seguido pela produção da pecuária e criação de animais (24%), produção de lavouras temporárias (9%), horticultura e floricultura (8%) e produção florestal (1%), mas também há mulheres nas atividades de aquicultura e pesca, e na produção de sementes e mudas certificadas.
Nesse contexto, a Secretaria da Agricultura, Aquicultura e Pesca (Seag) realiza importantes investimentos para o desenvolvimento rural e econômico das mulheres do campo. Por meio do projeto “Elas no Campo e na Pesca – Empreendedorismo, Liderança e Autonomia”, desenvolvido pela Seag em parceria com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), entre 2019 e 2022, 5.128 mulheres foram atendidas, em todo o Estado, com cursos, oficinas, dias de campo, eventos e consultorias. O projeto tem como objetivo promover a visibilidade, a valorização do trabalho feminino e a autonomia econômica e financeira das mulheres agricultoras e pescadoras capixabas, por meio da assistência técnica, do acesso ao crédito e políticas públicas.
A Seag criou ainda uma linha específica de financiamento de projetos para grupos de mulheres, dentro do edital do Fundo Social de Apoio à Agricultura Familiar (FUNSAF), contemplando quatro grupos em 2021, além de mais seis projetos financiados a partir de outras fontes de recursos da Seag, totalizando mais de R$ 437 mil investidos. Para o ano de 2023, outros cinco projetos foram aprovados, sendo um deles para mulheres assentadas. Os investimentos ultrapassam R$ 927 mil.
“Vamos continuar investindo em políticas públicas que possibilitam o desenvolvimento social local e a autonomia econômica das mulheres do campo. Elas ganham cada vez mais espaço e o Estado vem como um grande aliado para reforçar e potencializar essa realidade. Por meio do acesso às políticas públicas, importantes programas e projetos são desenvolvidos, estimulando o empreendedorismo e gerando emprego e renda para as famílias do campo”, afirma o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
“Essa estruturação amplia o acesso dessas mulheres a novas oportunidades de negócios, agregação de valor dos seus produtos, contribuindo para a autonomia econômica, maior valorização e visibilidade do trabalho feminino”, pontua a coordenadora de projetos para mulheres da Seag, Patrícia Ferraz.
Outros projetos importantes são financiados pela Seag, executados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão rural (Incaper) e operacionalizados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES), totalizando mais de R$ 2,8 milhões em investimentos.
Conheça os projetos:
– “Elas podem nas criações de abelhas”
O projeto tem como objetivo apoiar e dinamizar o acesso das mulheres nas criações de abelhas sem ferrão e africanizadas e suas cadeias produtivas, na região do Rio Doce.
– “Mulheres do Cacau”
O projeto é desenvolvido nos municípios de Linhares, Rio Bananal, Colatina, São Roque do Canaã e Santa Teresa e busca a igualdade de gênero na produção de cacau, aproximando as mulheres das tecnologias de produção e processamento e garantindo-lhes assistência técnica de qualidade.
– Cadernetas agroecológicas
Atende grupos de mulheres nos municípios de Anchieta, Boa Esperança, Itapemirim, Laranja da Terra e São Roque do Canaã e, dentre as mulheres envolvidas, estão também pescadoras, indígenas e quilombolas.
– Produção de cultivares de morangueiro em sistema semi-hidropônico
O projeto tem como objetivo recomendar cultivares de morango por meio de estudos da adaptabilidade e estabilidade no sistema semi-hidropônico, sem agrotóxico, além de fomentar a qualidade, conservação e processamento dos frutos para atender e capacitar as agricultoras de base familiar nos municípios de Colatina, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Guaçuí, Santa Maria de Jetibá e Venda Nova do Imigrante.