domingo,
24 de novembro de 2024

Callegari: defesa de pautas conservadoras na Ales

Foto: Assessoria/Callegari

 

Redação

 

Ele é paulista de nascimento, mas mora no Espírito Santo desde os 12 anos de idade. Wellington Callegari (PL), no exercício do primeiro mandato eletivo, se considera um político conservador e afirma que fará oposição ao governo do Estado. Nas horas de lazer gosta de ficar com a família, ler, confraternizar com os amigos e também de praticar atividades físicas. “O meu hobby preferido é a leitura, gosto muito de ler, mas também gosto muito de churrasco e de tomar uma cervejinha, obviamente com um churrasco, estando entre os amigos”, revela.

 

Filho de um pedreiro e de uma dona de casa, Callegari nasceu no Bairro de Grajaú, na periferia de São Paulo (SP), e estudou a vida inteira em escolas públicas. Aos 12 anos se mudou com a família para Vargem Alta. “Meu pai tinha uma pequena propriedade que ele conseguiu adquirir com o esforço dele, com muito trabalho. Então, eu trabalhei na lavoura, nessa propriedade. Eu trabalhava na lavoura de dia e estudava à noite. E com muito esforço consegui completar o ensino fundamental e o ensino médio”, explica.

 

Antes de ingressar na vida pública, o deputado estreante trabalhou em diferentes ofícios. “Saindo da lavoura fui recenseador do IBGE, trabalhei na Prefeitura de Vargem Alta como contratado, fui dono de bar, trabalhei como negociante de mármore e granito, fui vendedor de planos de saúde”, conta.
Callegari é graduado em história e leciona há 13 anos em escolas particulares e cursos preparatórios para vestibular. “Nada pra mim foi fácil, foi tudo sempre com muito esforço. Foi com esse esforço que acabei sendo aprovado em um concurso público para analista judiciário do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, em 2012. Comecei a trabalhar na instituição em 2012 e estou lá desde então, conciliando o meu trabalho de analista judiciário com o de professor, em instituições particulares”, comenta.

 

Ingresso na política

 

O deputado iniciou seu ativismo em 2010, participando de palestras e organizando eventos de cunho conservador. “Foi essa movimentação – palestras, movimentos, participação em redes sociais, participação em protestos de rua – que me levou a ingressar na política”, pontua.

 

Em 2018 se candidatou pela primeira vez a uma vaga na Assembleia Legislativa (Ales) e recebeu 6.955 votos. Em 2020 foi candidato a vice-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim e novamente não obteve êxito. No último pleito, em 2022, finalmente alcançou sua primeira vitória nas urnas, se elegendo deputado estadual com 16.842 votos. 

 

“Minha política não se baseia em assistencialismo, não se baseia em apadrinhamento, é uma política de oposição, o que é sempre mais difícil, quando você luta contra o sistema. E é isso, foi assim que entrei na política e estou nela até hoje. Criei um movimento político, chamado ‘Ordem, Justiça e Liberdade’ (OJL), que visa preparar e formar lideranças políticas conservadoras para essa guerra cultural e lançar vereadores, prefeitos, deputados, é esse o movimento que faço parte”, ressalta.

 

Bandeiras

 

O parlamentar afirma, antes de mais nada, que será “implacável” na fiscalização das ações do Executivo e entre suas principais bandeiras cita a saúde. “A humanização da saúde, especialmente para as gestantes e as crianças, com foco no fim da violência obstétrica. Defendo o parto natural, humanizado, e o direito das mães de escolha entre a cesariana ou o parto natural”, opina. 

 

O político conservador também revela uma preocupação com a interferência do Estado em determinados aspectos da educação. “O combate intransigente à interferência indevida do Estado na educação das famílias, especialmente na forma da chamada ideologia de gênero, que é algo que eu combato veementemente”, afirma. 

 

Desafios do Espírito Santo

 

Callegari é da opinião que o Estado permaneceu engessado no investimento em infraestrutura ao longo dos últimos anos. “Ao meu ver, os maiores desafios do Espírito Santo, atualmente, são o excesso de burocracia e de regulamentações criadas pelos governos Paulo Hartung e Casagrande (PSB), nas últimas décadas, que atravancam o pleno desenvolvimento do Estado. Inclusive, atravancam o investimento em infraestrutura do Estado”, avalia. 

 

“Bem como na área de regulamentação, o excesso de regulamentação pública. E o terceiro problema é a questão da segurança pública, como resolver isso? Bom, esses são problemas que cabem principalmente ao Executivo resolver, mas nós, no Legislativo, eu em especial, pretendo trabalhar com propostas que visam à redução do excesso de regulamentação estatal, a desregulamentação da economia, eu chamaria”, emenda. 

 

Segurança pública também é um desafio para o estado na visão do estreante. “O fortalecimento das instituições de segurança, especialmente das polícias militar e civil, que precisam urgentemente de serem fortalecidas aqui no estado. E um programa de reestruturação da infraestrutura do Espírito Santo, que é um estado que não investe em infraestrutura desde os anos 80”, conclui.

 

Projetos e comissões

 

Ao ser questionado sobre possíveis projetos a serem apresentados à Casa no início de seu mandato, o parlamentar não revela muitos detalhes, mas afirma que deve legislar sobre matérias que tratam de direitos civis e também da área da saúde.

 

Aliás, a Comissão de Saúde é um colegiado que interessa ao deputado. “Especialmente, neste momento, me interessa a Comissão de Saúde. É uma comissão muito importante, devido àquilo que eu defendo. Mas outras comissões me interessam e eu estou negociando no momento, nós estamos vendo as possibilidades”, comenta.

 

Relação com o governo

 

Callegari prega respeito ao governador, mas não estará na base do governo. “Minha postura em relação ao governo estadual é de oposição. Oposição não significa inimizade, as pessoas às vezes confundem muito isso. Não tenho nada contra o senhor Renato Casagrande (PSB). Nada contra, nem a favor, eu respeito como pessoa, como pai de família que sei que é, como ser humano. A questão é puramente política, ele é um socialista e eu sou um conservador, então nossos ideais não batem”, resume.

 

“Eu fui eleito por uma vertente da população brasileira e capixaba que contesta as posições do governador. Portanto, por coerência, eu tenho que me manter na oposição. Significa ser vigilante, para impedir que o governador continue com as políticas que o segmento que eu represento contesta”, acrescenta.

 

“Naquilo que for bom para o Estado eu vou votar a favor e vou votar contra aquilo que vai contra o que eu defendo. (…) O meu caminho, óbvio, é um caminho de independência e de oposição crítica, vigilante, porém responsável, obviamente. Tudo que for para o bem do Espírito Santo, nada que seja a favor da ideologia socialista, defendida pelo governador”, complementa.

 

Ao ser questionado se acha que o governo enfrentará resistência no Legislativo, o parlamentar não fica em cima do muro. “Se ele continuar agindo como agiu no primeiro mandato, sem dúvida. Porque essa é uma Assembleia que tem mais independência, tem deputados de perfil mais ideológico e mais virtuoso, eu diria. Ele não terá tantos deputados dóceis, como ele teve na legislatura passada. Então, ele terá que negociar mais, terá que abrir mão mais, ou vai, sim, enfrentar muito mais dificuldade”, finaliza.

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