Entrar em um orquidário é uma experiência deliciosa. O primeiro deslumbre é visual. Uma profusão de cores e formas que torna difícil a missão de eleger a flor mais bonita, ou a mais exuberante. Melhor deixar que os especialistas decidam isso!
A segunda impressão é o cheiro. Um aroma adocicado com um fundo de baunilha toma conta do ambiente. Quem entende do assunto fala que o melhor horário para apreciar o perfume dessas flores é pela manhã, momento em que as plantas exalam sua fragrância para atrair os insetos polinizadores.
A terceira impressão é a paixão de quem cultiva. Orquidófilo que é orquidófilo não apenas conhece as plantas, ele sabe tudo sobre elas. Observa os detalhes: o formato das pétalas, a simetria do conjunto. Nada escapa aos olhos atentos desses apaixonados.
Presente que muda a vida
Fábio Jacob Tesch é engenheiro florestal. Trabalhou por um longo período em uma importante indústria de celulose do Estado. Um presente mudou sua carreira. “Ganhei uma orquídea, uma Cattleya amethystoglossa. Foi o início de tudo”, conta o orquidófilo, que começou sua coleção em 1991 e hoje acumula mais de 30 mil orquídeas em seu orquidário em Marechal Floriano.
A paixão é tanta que Tesch já descobriu quatro novas orquídeas. Uma delas em Alfredo Chaves, uma em Marechal Floriano e outra em Santa Teresa. “Não é simples cuidar de orquídeas. Dá muito trabalho. Mas é um trabalho que também dá muito prazer”, conta o engenheiro.
Satisfação e trabalho
Trabalhar com orquídeas, além da satisfação pessoal, também pode ser um excelente negócio. Há plantas que custam R$ 15 mil, R$ 20 mil. Outras, a contar pela raridade e simetria, podem chegar a valores ainda maiores. Mas é um exercício que demanda paciência e conhecimento, segundo o orquidófilo Heron Gonçalves.
Gonçalves, que tem um orquidário em Venda Nova do Imigrante, diz que é possível viver com o cultivo das plantas. “Vivo das orquídeas. Hoje, a procura cresceu muito, há plantas caras, mas há outras mais acessíveis ao consumidor que quer presentear, por exemplo”.
Venda Nova do Imigrante já é considerada o maior banco genético de orquídeas do Estado. Na cidade, são seis produtores e, além das várias espécies encontradas no município, há as flores híbridas, resultado do cruzamento entre linhagens.
E neste final de semana, a cidade vai ficar ainda mais florida. A partir desta sexta-feira (1º) até domingo, dia 3 de maio, acontece a 1º Exposição Nacional de Orquídeas no ginásio de esportes da Escola Fioravante Caliman. O evento é gratuito e aberto ao público. São esperados visitantes de outros Estados e países. “O objetivo é fazer negócios mas, principalmente, mostra o potencial da cidade”, explica Gonçalves.
Segundo o Secretário de Agricultura, Sávio Filete, Venda Nova é referência na produção dessas espécies, além de contar com importantes laboratórios na propagação dessas plantas. “Esperamos que o evento tenha a participação de toda comunidade, além de várias pessoas e amantes das orquídeas de outros Estados, que já vem mantendo contato com a organização no desejo de participar”.